02/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 2º Capítulo


Gemi de aprovação ao sentir um peso sobre mim e sorri ainda de olhos fechados. O cheiro masculino era inebriante e eu soube que poderia ficar na cama o dia todo sentindo aquela respiração em meu peito. Lutando contra a minha vontade, abri os olhos e fechei-os novamente assim que senti o sol me aquecendo e me ofuscando. Esfreguei as pálpebras e lembrei que Travis não tinha dormido comigo na noite passada. Abri os olhos agora assustada e foquei a imagem à minha frente.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAH! — Gritei empurrando o maldito enquanto puxava o lençol até ao pescoço. Vi Joseph remexer-se e franzir a testa.
— Me deixa dormir mãe. — Murmurou sem abrir os olhos enquanto me tentava agarrar de novo.
— MAS QUE MERDA É ESSA? — Explodi tentando empurrar o elefante que tinha tomado posse da minha cama.
— Isso é lá forma de acordar alguém? — Perguntou o animal se espreguiçando, ainda tentando me puxar para perto dele de novo.
— O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO SEMINU NA MINHA CAMA SEU TARADO? — Gritei querendo ver-me livre dos braços dele.
— Estava dormindo como um bebé com uma gostosa do lado. Isso antes de ser importunado.
— SAÍ DAQUI SEU DEMÓNIO! — Gritei empurrando-o com os pés. Eu tinha que recorrer a reforços já que os braços não eram o suficiente.
— Não. — Negou agarrando a minha coxa. Como ele ousa?
— SAAAAAAAAAAAAI!
Vendo que não conseguia tirá-lo da cama, juntei os dois pés e empurrei-o com toda a força que pude até que ele caiu no chão com um estrondo. Outch!
— MERDA! TÁ DE TPM SUA DOIDA? — Perguntou Joseph sentando-se no chão com uma mão na nuca. — Você ia me matando. — Ri diabolicamente satisfeita e depois gritei em alto e bom som o futuro do pecador.
— ESPERO QUE MORRA E QUEIME NO INFERNO!
Depois disso levantei-me da cama e saí porta fora antes que desmembrasse o anormal que pensava ser dono do mundo. Parei no meio da sala tentando respirar fundo para me acalmar, mas as palavras do irritante só me fizeram olhar o taco de basebol com uma promessa de sangue.
— Credo! Menstruação é foda. — Ouvi-o dizer. Peguei no pedaço de madeira que pensei ser inútil e adentrei o quarto com ele em ponto para atingir uma cara ainda amassada pelo sono.
Joseph arregalou os olhos ao ver-me e sorriu amarelo antes de começar a correr à frente da prova do futuro crime que parecia ter ganhado vida própria.

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— A princesa vai demorar? — Perguntei irónica enquanto batia o pé num gesto nervoso.
— Não. Já estou pronto. — Respondeu Joseph saindo do banheiro ainda ajeitando o cabelo. — Você queria me matar. Eu tive que me recompor.
— Tive vontade de fazê-lo. Teve sorte que depois achei o taco muito violento para o primeiro dia. Agora corre para o carro que já estamos atrasados. — Ordenei pegando o casaco e a mala.
— Eu não sou um cachorro para ser tratado assim. — Disse indignado. Olhei-o com um olhar assassino e aproximei-me apontando o dedo na cara dele.
— Você invadiu o meu quarto a meio da noite, deitou na minha cama, me fez de travesseiro, ainda por cima seminu, e fica se arrumando como se fosse o príncipe de Inglaterra. Até um cachorro merece melhor tratamento que você!
Joseph piscou duas vezes assimilando as minhas palavras afiadas e em seguida sorriu malicioso. Já sabia que ia sair merda daquela boca, por isso revirei os olhos e andei até à porta.
— Você é um travesseiro gostoso.
— Eu vou te ignorar. — Falei mais para mim mesma do que para ele. O dia só estava começando. Eu podia perfeitamente ignorá-lo. Interiorizando o meu novo mantra, tranquei a casa ouvindo Joseph resmungar atrás de mim e segui até ao carro. - Isso mesmo. Ignorar.

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— Você é tão irritante que fica difícil te ignorar! — Praguejei batendo a porta do carro já no estacionamento da empresa. Menos de dez minutos de caminho e Joseph já tinha conseguido quase fritar o meu cérebro. Não perdi tempo à espera do demónio e logo atravessei a estrada em direção ao edifício assustadoramente alto.
— Espera! — Pediu correndo atrás de mim. Sorri para um velhinho que passava por mim todos os dias e logo ouvi Joseph dizer. — Ela me ama! — Ri ironicamente e tentei passar por entre a multidão de uma segunda-feira de manhã. Finalmente cheguei à porta do edifício e respirei fundo enquanto me virava para Joseph.
— Só lhe peço uma coisa. Se comporte. – Pedi. Eu não estava me importando com ele e a paciência era zero, mas era o meu emprego que estava em causa. Se Sarah estivesse num dia não, seria despedida.
— Qual é o problema de um pouco de boa disposição, hein? — Perguntou colocando as mãos nos bolsos das calças jeans.
— O problema é que a minha chefe é uma quarentona recatada que anda sempre de cara feia. Eu só estou te pedindo para se comportar. Eu não posso perder este emprego. — Expliquei de forma resumida. Joseph apenas sorriu e eu ajeitei o cabelo que voava com o vento.
— Eu sou muito bem comportado. Você é que quis me arrastar para o seu local de trabalho. — Bufei irritada e vi-o sorrir satisfeito. Não iria retrucar desta vez.
— Vamos logo. Já estou atrasada. — Disse caminhando para a porta. Joseph seguia-me ainda com aquele sorriso super radiante no rosto.
— Isso é uma desistência? — Perguntou me acompanhando aos elevadores. Ignorei-o e esperei a lesma chegar. — Você está desistindo! — Disse rindo.
— Por Deus! Você consegue ser tão criança. — Reclamei vendo-o rir eternamente. Um homem engravatado saiu assim que as portas abriram e eu massageei as têmporas enquanto Joseph ainda ria. — VAI LOGO JOSEPH! — Gritei fazendo metade das pessoas no elevador se assustarem.
O dia mal tinha começado e eu já estava passando vergonha à conta de Joseph Jonas. Para completar o mau começo, o desgraçado ainda choca com a minha chefe fantasma que aparece vinda do nada no centro de elevadores.
— Perdão. — Pediu o idiota com sorriso no rosto. Finalmente tinha-se controlado, mas isso não acalmava o suor que corria por minha pele a esta altura.
— Quem é você? — Perguntou Sarah ao olhá-lo dos pés à cabeça. Incrível como a cabeleira ruiva parecia ainda mais ruiva com a forte iluminação. Acordei assim que ela me encarou e apressei-me com as explicações.
— Desculpe Sarah. Joseph é minha responsabilidade. — Disse tentando ter uma voz firme. — Joseph, esta é Sarah Adams. Minha chefe. — Apresentei.
— Prazer. — Cumprimentou charmoso enquanto estendia a mão.
Sarah sorria maliciosa e Joseph sorria sedutor e com um visto interesse no pedaço de carne que se encontrava entre nós. Não entendi. Sério que não entendi o que está havendo.
— Demetria é minha babá. — Brincou piscando.
— Não sou! — Neguei ao ver minha chefe ficar confusa. Isto ia acabar mal. — Joseph é... — O que é que eu ia dizer? Que era meu irmão? Não! Nunca! — Er, ele é meu primo. Está a passar uns dias comigo. Em minha casa. — Tentei explicar sem fugir muito à verdade.
— Demetria é tão mãe coruja que tem medo que eu coloque fogo na casa dela. Por isso resolveu me arrastar. — Provocou. Ele estava tentando me deixar mal e eu já conseguia imaginar o taco de basebol trabalhando mais tarde.
— Sério? — Perguntou Sarah me olhando com desdém. Sério que ela acreditava no idiota? Mais um motivo para odiar a minha patroa!
— Não, não é sério. — Neguei prontamente. — Joseph tem um grave problema e não pode ficar muito tempo sozinho.
— Qual? — Perguntaram Joseph e Sarah olhando-a. Prendi o riso e tentei manter uma expressão séria no rosto. Joseph ia pagá-las.
— Safadisse extrema e impotência indesejada. — Disse com pesar na voz. Joseph olhou-me boquiaberto e negou rapidamente com a cabeça. Dei um sorriso cínico e continuei queimando a imagem do desgraçado. — Ele é perigosamente confundido com um tarado e bem, ele tenta, mas parece que nunca ultrapassa a meta. — Tentei explicar. — Aquela meta. — Insinuei. O elevador parou no sétimo andar e reparei que alguns dos engravatados prendiam o riso ao sair do espaço limitado. Joseph olhava-me com raiva e eu apenas sorri satisfeita.  — Infelizmente muitos homens sofrem disso. — Acrescentei com um sorriso de deboche.
— Você me paga! — Ouvi Joseph murmurar entre dentes. — O que acha de me mostrar a empresa Sarah? — Perguntou simpático. Prendi o riso por ele pensar que minha chefe aceitaria o convite, mas rapidamente arregalei os olhos ao ouvir a resposta dela.
— Claro. — Respondeu com um sorriso no rosto.
Joseph deu um sorriso vitorioso e eu fechei a cara ao vê-lo seguir a vareta de duas pernas para fora do elevador. Minha chefe era uma safada que gostava de mostrar a empresa a homens tarados. Como nunca percebi?

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— Demi, você vai à sala de cópias? — Perguntou Matt chegando ao meu escritório.
— Vou. — Respondi olhando a tela do computador. — Tenho um monte de cópias para tirar. — Levantei-me e olhei-o com um breve sorriso. — Precisas de algumas?
— Sim, se não se importar. Preciso de duas destas, e três destas. — Disse mostrando quais eram.
— Tudo bem. Deixo na sua mesa depois. — Isto já era costume. Quando alguém ia até à sala das cópias, tirava para todo o mundo e distribuía pelos escritórios na vinda.
Fazia uma hora que Joseph sumiu e sinceramente, não me dei ao trabalho de procurá-lo. Eu sabia que ele podia estar morto num canto qualquer do edifício, mas eu tinha demasiado trabalho para fazer e cuidar de Joseph não é um deles. Quer dizer, tecnicamente ele é, mas não é ele que me vai pagar o salário no final do mês.
Depois de atravessar o hall e receber uma encarada macabra da secretária de Sarah, finalmente cheguei à apertada sala onde fica a impressora industrial. Na minha humilde opinião e pela quantidade de impressões diárias que são tiradas, deviam contratar uma pessoa só para o trabalho de tirar o papel e distribuí-lo. São milhares os dólares que a empresa gasta em papel ao longo do ano. Deviam investir em papel reciclado. Poupavam no ambiente e aumentavam no meu ordenado.
Eu sempre imaginei que um dia abriria a porta da sala de cópias e iria flagrar alguém se pegando ou fazendo algo traumatizante para uma pessoa maior de idade, mas nunca imaginei que ela se fosse abrir para mim daquela forma. Antes mesmo de tocar no alumínio frio da maçaneta, a porta abriu-se mostrando algo que me fez arregalar os olhos assustada. Minha chefe puxava a saia do vestido caro para baixo e ajeitava os cabelos despenteados. O seu rosto estava vermelho e sua respiração completamente ofegante. Inclinei o corpo para o meu lado esquerdo apenas o suficiente para ver Joseph encostado à impressora. Suado e atrapalhado, tentando fechar o zíper da calça jeans.
— Sabe Demetria, — Começou minha chefe me chamando a atenção. Ela ainda estava ofegante, mas agora sorria. — o dia dos namorados está chegando. Devia tirar uns dias de férias.
— Sério? — Perguntei surpresa. Ela nunca "oferecia" férias aos empregados. A mim muito menos. O que Joseph fez?!
— Sério. Você merece. Tem trabalhado de mais. — Explicou. — E pode trazer o seu primo quantas vezes quiser. — Disse agora piscando para Joseph. Ela preparava-se para sair da sala, mas parou a meio do caminho e segredou-me ao ouvido. — Seu primo não tem problema algum. Deu duas sem cansar.
Fiz uma careta de nojo e vi-a sair enquanto fechava a porta atrás de si.
— Eu não acredito nisso. — Sussurrei voltando a olhar Joseph que já se tinha recomposto.
— O quê? — Perguntou o tarado confuso.
— Você transou com a minha chefe. No meu local de trabalho! — Disse ainda sem acreditar.
— Ela não estava mostrando apenas a empresa. — Disse sorrindo malicioso. — Para uma quarentona ela está bem conservada.
— JOSEPH! — Repreendi escandalizada! O quê? Eu não imaginei que ele fosse tão tarado assim!
— Quê? É a verdade. — Disse agora adotando uma expressão mais seria. — Sabe qual é o problema dela? Falta de uma boa foda em casa. O marido deve ser só mais um idiota no mundo que deixa uma mulher que o ama em casa só para pegar garotas com idade para serem filhas dele.
— Er, isso foi o quê ela fez. — Disse apontando para a porta. Ele deu um bom exemplo, mas de um ponto de vista errado. Não estou julgando! Ok, talvez só um pouquinho. Qual é! Ela é casada!
— Não, Demetria. O quê ela fez chama-se "tirar o atraso". Ela ama o marido. Isto foi apenas sexo por necessidade. Ou vingança caso ela tenha descoberto sobre as traições dele. Ela é bela e o marido não a toca faz meses. O que você pensaria se estivesse no lugar dela?
— Depende do nível de auto-confiança. — Admiti. — Podia pensar que o problema era comigo ou podia achar que tinha casado com um idiota frouxo. — Respondi fazendo Joseph rir.
— Exatamente. Entende agora?
— Sim, entendo. — Respondi sincera. — Sorte a minha que eu não sou ela. Agora me diz que não usaram a impressora. — Joseph riu novamente e negou ajeitando o cabelo. Comecei a tirar as cópias que precisava e depois encarei Joseph novamente. — Eu não acredito que tive esta conversa com você. — Disse agora rindo. — Estou ficando louca.
— Você não está louca. Está de férias. — Lembrou. EU ESTAVA DE FÉRIAS!
— Meu Deus, é verdade. Ela me deu férias. Como ela se lembrou disso? — Perguntei mais para mim mesma do que para ele. Não era costume da Sarah. Ainda mais com o olhar de desdém que ela me lançou esta manhã. Milagres existem!
— Não sei. — Respondeu Joseph com um meio sorriso. Olhei-o desconfiada e vi-o sorrir satisfeito. Não era um sorriso pós-foda.
— Eu não sei o que você fez além do óbvio, mas foi ótimo. — Disse pegando nas cópias e saindo da sala com Joseph atrás.

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— Oh Deus. Eu não sabia que isto era tão gostoso. — Disse passando a língua nos lábios. Sinceramente eu perdi a conta de quantas vezes ele fez aquilo.
— Eu falei pra você que iria ser bom. Ainda mais se for por cima. — Disse como quem diz “Eu te avisei”.
— Você até que sabe satisfazer um homem.
— Claro que sei. — Respondi me sentindo ofendida. Eu era boa naquilo!
— Sério, nunca pensei que sorvete de morango e chocolate com cobertura de caramelo e marshmallows pudesse combinar. Eu sempre achei esta coisa nojenta. — Disse Joseph levando mais uma colher à boca. Sério. Ele tinha muito que aprender!
— Você está até suando. — Disse vendo-o colocar mais um pedaço enorme de sorvete na boca. — Abranda.
— Você tem noção do que me fez andar? Eu nunca andei tanto na vida! — Resmungou. — É por isso que eu estou suando.
— Nem na academia?
— Na academia eu corro, não ando. — Disse me fazendo revirar os olhos.
— Certo senhor “Eu Corro”. — Assenti sorrindo. — Gostou de conhecer a “Cidade Perdida”?
— Não assim tão perdida. —Riu. — Eu poderia me habituar a isto.
— Sério? — Perguntei com certas expetativas. Não acreditava que fosse tão fácil assim, mas milagres acontecem.
— Não. — Negou voltando a rir. Eu sabia. — Nada é melhor que a vida que eu tinha. E vou voltar a ter.
— Hum.— Murmurei fazendo uma careta. — Não gostou daqui? Não é assim tão mau. — Disse largando a taça do sorvete na mesa.
— Eu gosto daqui. — Começou olhando em volta.
— Mas... — Disse esperando continuidade.
— Não sou eu. Isto, — Apontou à nossa volta. — é mais você.
 Olhei em volta também e quando o olhei novamente vi-o encolher o braço e colocar a colher na boca. Fiz uma cara séria e depois vi-o sorrir como uma criança que sabe que fez besteira.
— Você é tão infantil ás vezes. — Disse sorrindo em seguida. O sorriso dele era um pouco contagioso.
— Você gosta. — Revirei os olhos ao vê-lo sorrir maliciosamente. — Porque gosta tanto daqui? — Perguntou vendo que eu não respondera à sua provocação. Vi-o estender a colher até à minha taça de sorvete de novo, mas desta vez não o repreendi. Não iria comer tudo isto.
— Este é o único local da cidade onde você pode fazer as misturas que quiser sem que te olhem estranho. As pessoas nunca gostam do que não é normal. Preferem julgar do que tentar entender ou aceitar. — Expliquei dando de ombros. Era verdade e eu sabia disso.
— Como sabe? — Perguntou curioso.
— Experiência própria. — Disse simplesmente. Ele não precisava saber mais e eu também não estava disposta a contar.
— Certo. — Murmurou enchendo a boca com mais sorvete. Olhei-o divertida e ri. O estômago dele não tinha fundo?
— Demi? Quem é este cara?
Merda! Merda, merda e mais merda! Olhei a pessoa que tinha parado ao nosso lado e tirei o sorriso idiota do meu rosto ao ver Travis Queen de braços cruzados sobre o peito. Reparei que Joseph também o olhou, mas diferente de mim, ele apenas sorriu totalmente alheio à minha sentença de morte.
— Travis! — Exclamei surpresa. Ok, eu sei que pareceu uma falsa surpresa, mas merda! Eu estava realmente surpresa. E também estava sem uma explicação credível para o fato de estar partilhando sorvete com um cara desconhecido enquanto o meu namorado assistia. Tudo bem, não era um homem desconhecido, mas Travis não sabia disso. Levantei-me meio trémula e aproximei-me para beijá-lo brevemente. Travis pouco correspondeu e eu senti-me rejeitada e culpada por não lhe ter contado antes. Fiz a única coisa que conseguia fazer naquele momento. Apresentei-os oficialmente. — Este é Joseph. Joseph, este é Travis, meu namorado.
Vi Travis encará-lo com arrogância e por algum motivo o gesto não me agradou. Pela vontade do meu namorado ele iria assassinar Joseph até mesmo se ele fosse um irmão vindo do além. Era assim com qualquer macho na minha vida.
— Jonas. — Disse Travis num tom de voz demasiado sério.
— Queen. — Retrucou Joseph num tom parecido. Ainda com um sorriso idiota no rosto.
Porra! Eu podia ver pequenas partículas de testosterona no ar. Era um terreno perigoso e eu sabia. Mas espera aí. Eu não disse o sobrenome de nenhum dos animais selvagens. Caralho!
— O que está fazendo com ele? — Perguntou Travis me voltando a olhar, agora de olhos cerrados. Arregalei os olhos, agora realmente assustada, e rapidamente comecei a explicar.
— Travis, ele é...
Antes que pudesse explicar alguma coisa ali, Megan — prima de Travis — apareceu saltitante enquanto se agarrava a ele.
— Você vai demorar Travis? — Perguntou sorridente. Eu era totalmente invisível para ela e o fato de ela ter mais atenção do meu namorado do que eu mesma me irritava profundamente.
— Não Megan. Já estou indo. — Disse sorrindo para ela. Ele não podia sorrir um pouco pra mim? Não. Tudo o que eu recebi foi uma encarada e uma resposta num tom grosseiro. — Depois conversamos.
Tudo bem. Eu percebi. Fiz asneira da grossa. Eu sei que devia ter contado isto para o Travis mesmo antes de aceitar qualquer pedido insano do meu pai, mas quando eu percebi Joseph já estava invadindo minha vida. Eu não tive tempo de explicar a situação e aparentemente Travis também não queria ouvir.
— Vocês se conhecem? — Perguntei séria enquanto voltava a me sentar.
— Apenas de vista. — Respondeu simplesmente. Eu queria saber mais.
— De onde? — Questionei cruzando os braços sobre o peito.
— De vista. Não pergunte Demetria. — Disse olhando para o lado. Ele estava sério. E estava me estressando.
— Porque não? — Insisti.
— Porque não vai querer saber. — Disse rude. Olhei-o surpresa pela irritação dele e ri em descrença. Levantei de onde estava e saí da sorveteria sem me importar se Joseph me seguia ou não.
Joseph estava louco de bipolaridade, Travis estava me ignorando enquanto dava atenção extra à sua prima Megan e eu estava dando em louca. Pensando bem, eu estava de férias também. Graças a Deus.

6 comentários:

  1. Não acredito que você voltou Flávia. AAAAAAAH QUE MARAVILHA. Meu dia não podia começar melho, mulher e essa web ai em. Sou apaixonada por ela, acompanho você desde a comunidade do orkut. E posta logo please. Quero ler essa fic de novo.

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    1. Obrigada pelas boas vindas :)
      Eu vou postar esta bem rápido para ficar logo no arquivo e depois vou passar logo para Quando o Inesperado Acontece ;)

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    2. Posta sim, quero ler. Afinal todas as tuas fics são maravilhosas. Vou divulgar teu blog pras minhas amigas

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    3. Se fizer isso fico muito agradecida. Como a coisa do Orkut não está muito boa, estou tentando criar este blog numa espécie e comunidade.

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  2. "TÁ DE TPM SUA DOIDA?" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, morri!!!! Tá mt boa a fic, parabéns <3


    By: Clara Lovato

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