Joseph’s POV
Eu nunca conseguiria me preparar para algo assim. Ver Demetria num vestido
vermelho já era algo que me fazia suar, mas vê-la vestida de cowgirl estava me
deixando a ponto de enfartar. Lizzie sorriu maliciosa e piscou para mim quando
apareceu com Demetria e eu não fiz outra coisa a não ser estender a minha mão
para ela. Demetria aceitou-a de bom grado e eu apertei-a contra mim, inalando o
perfume em seus cabelos.
As ondas perfeitas e agora volumosas caiam por seus ombros e costas, me
deixando com vontade de entrelaçar meus dedos em sua nuca e acariciá-la. Sua
roupa era o mais simples e sexy possível. Uma camisa azul clara e amarela,
xadrez com um nó acima do umbigo e os dois primeiros botões abertos juntamente
com a calça jeans colada ao corpo de cintura baixa era o que faltava para eu
enlouquecer de vez.
— Hello stranger. — Sussurrei
com um sorriso divertido.
— Gostou? — Perguntou envergonhada.
— Com todo o respeito com a alta costura, mas você está ainda mais... Gostosa.
Se continuar assim vou ter que te proibir de sair à rua sem mim. — Brinquei
beijando seus lábios levemente.
— Não é para tanto assim. — Murmurou.
— Tem certeza? Olhe em volta. — Pedi. Demetria cumpriu e escondeu o rosto
no meu pescoço ao perceber os olhares alheios.
— Eu não gosto de ser o centro das atenções. — Falou envolvendo meu
pescoço com ambos os braços. Sorri e acariciei o seu quadril exposto.
— Você vai ser esta noite. Vai ser comigo. Vem. — Pedi ouvindo a música
tocar. Era música country e já tinha vários casais animados dançando. Não era o
meu tipo de dança favorito, mas com Demi em meus braços até salsa eu dançaria.
— O que está querendo fazer? — Perguntou confusa, me acompanhando até ao
centro da pista improvisada que havia no bar.
— Cumprindo o item número cinco da lista. Fazer você dançar lascivamente com
um ser do sexo masculino bastante hétero! — Salientei.
Vi-a gargalhar quando a rodopiei em meus braços e em seguida puxei-a
novamente para mim, segurando-a pelo quadril e mantendo suas costas encostadas
em meu peito. Senti seus cabelos em meu rosto e beijei seu pescoço enquanto
deixava que ela me guiasse pelos movimentos de seu quadril. Eu sentia que ela
ainda estava tensa, talvez nervosa por estar dançando comigo daquela forma em
público. Era a primeira vez que dançávamos e eu não perderia a oportunidade de
transformar isso em algo extraordinário e memorável. Algo que eu já tinha
notado: Demetria Lovato tinha muitas primeiras vezes comigo.
— Eles não param de olhar. — Disse em meu ouvido quando se virou para mim.
Olhei para perto da porta e vi os motoqueiros que estavam à entrada do bar
quando entrámos. Agora sabia por que ela estava tensa. Merda. Eles não iriam me
fazer estragar a noite dela. Isto era sobre Demi!
— Vamos ignorá-los, sim? Não se preocupe. — Pedi acariciando sua pele. —
Não vou deixar nada acontecer com você.
— Não gosto deles Joe. — Disse preocupada. Amoleci por ouvi-la me chamar
de Joe e apertei-a mais contra meu corpo.
— Quer ir embora? — Perguntei não querendo ir. Queria ficar com ela aqui
até de manhã e aproveitar a noite com ela. Não queria que uns motoqueiros que
se acham durões estraguem a noite. Demi suspirou e olhou em meus olhos.
— Não. — Disse com um meio sorriso. Recebi um selinho. — Quero ficar aqui
com você e cumprir o seu plano. — Falou. Ela tinha entendido que eu queria
aproveitar o tempo com ela. — Eu quero me arriscar com você. — Disse por fim.
Não sorri com suas palavras. Apenas me assustei com seu olhar e o com o
significado daquilo. Senti meu coração martelar contra o peito ao olhar nos
olhos castanhos e segurei-a pela nuca, beijando-a com desespero. Ao mesmo tempo
em que novas dúvidas se formavam em minha mente, certezas apareciam tão rápido
como flashes. Eu não queria que meus quarenta dias acabassem.
— Você é minha esta noite? — Perguntei beijando seu rosto carinhosamente.
— Apenas esta noite? — Perguntou. Neguei com a cabeça e vi-a dar de ombros
e sorrir. Eu sabia o que aquilo significava. Não era algo que ela ou eu pudéssemos
controlar.
— Gostosa. — Sussurrei em seu ouvido enquanto dançávamos ao som da música.
Mordisquei seu lóbulo e senti-a ofegar contra meu pescoço.
Não me preocupei em segurar minhas mãos e acariciei Demi como bem entendi.
Ela não se negou a cada toque meu e eu aproveitei e apertei sua bunda carnuda.
Ouvi um gemido e subi minhas mãos para seus quadris. Demetria nunca esteve tão
apetecível como agora e eu sabia como a noite iria acabar. Mesmo que eu não
estivesse pensando em sexo quando a ideia me veio em mente, era impossível não
imaginar Demi me montando. Era o fetiche de qualquer homem à face da terra e o
meu não seria diferente.
Fiquei feliz por ver que ela finalmente se soltava e se animava mais à
medida que nos movíamos na pista. Eu sentia sua pele fervendo em minhas mãos e
sentia sua respiração ofegante enquanto me roçava nela. Eu sabia que ela estava
excitada e eu já nem me esforçava para esconder que estava do mesmo jeito. Ter
um corpo perfeito como o de Demi se esfregando em mim de forma lasciva era algo
que eu poderia suportar se tivesse uma cama por perto. Quando a música terminou
ela parou de dançar e enlaçou-me pelo pescoço, beijando-me nos lábios com
carinho. Sorri e apertei-a mais contra mim.
— Obrigada. — Pediu quando nos dirigimos para fora da pista.
— Por quê? — Perguntei confuso. Realmente confuso.
— Por me fazer esquecer a realidade e me divertir de verdade. — Falou me
puxando para ela.
— Agradeça-me no final da noite ou então não o faça. — Pedi beijando-a. Seus
lábios macios retribuíram os curtos beijos e o sorriso dela fez-me ver que ela
tinha entendido o recado. Ainda tinha mais cinco itens para riscar da lista.
— Aonde vamos agora? — Perguntou Demi depois de me ter despedido de Lizzie
e me encaminhar para fora do bar.
— Aproveitar o resto da noite. — Respondi com um sorriso misterioso. Ou
pelo menos a tentativa do mesmo. — Vem. — Pedi entrelaçando minha mão na dela.
Puxei Demi para a saída do bar e logo percebi que teríamos que passar pelo
grupo de homens mal encarados. Segurei-a pela cintura e passei pela entrada com
ela colada em mim. Os olhares maliciosos estavam sobre ela e um desgraçado
esgotou a minha paciência deixando-me na corda bamba.
— Belo pedaço de carne que aí tem. — Comentou depois de assobiar. Parei no
mesmo instante e apertei mais Demi contra mim.
Eu tinha duas escolhas. Seguir em frente e aproveitar a noite com Demi ou
voltar atrás para defender a sua honra. Antiquado? Possessivo? Bastante. Mas eu
pouco me importava com isso realmente. A imagem suicida de esmurrar o rosto do
idiota era tentadora de mais para que eu não a ponderasse. Porra! Ela era
minha. Até que eu fizesse merda e a perdesse, ela era minha!
— Joseph. — Ouvi Demetria sussurrar. Senti sua mão pousar delicadamente em
meu peito e olhei para baixo, na direção dos olhos dela. Minha baixinha
olhava-me com um claro aviso de evitar confusões, mas não era eu que as estava
criando. — Vamos? Por favor? — Pediu subindo sua mão para meu pescoço e
acariciando. Só aí percebi que estava ofegante como um touro e que a apertava
mais do que devia. Ela poderia ficar marcada.
Antes que pensasse duas vezes, afrouxei o aperto em sua pele e segui o
caminho em direção à pizzaria mais próxima. Se eu esperasse mais um segundo as
coisas ficariam feias para o meu lado já que seria um contra pelo menos cinco.
Não falei nada durante o caminho, mas tratei de respirar fundo e me acalmar.
Olhei no rosto de Demi e vi que o sorriso que ela tinha antes agora havia
sumido. Ótimo Joseph. É você quem está estragando tudo agora.
— Quero ver o seu sorriso de novo. — Falei cobrindo seus ombros com meu
braço. Ela sorriu tímida e passou um braço por minha cintura.
— Só não fique daquele jeito de novo. — Pediu. — Não gosto de nada que
envolva violência.
— Devo mencionar os objetos lá de casa que você usou para me agredir? É
que eu ainda não esqueci o taco de basebol. — Disse fazendo careta. Ela riu e
escondeu o rosto no meu pescoço.
— Esse é um tipo de violência diferente. — Falou me fazendo rir. Claro que
era.
— A única violência que vamos ter agora vai ser a pizza que vamos comer.
Estou morrendo de fome! — Disse mordendo sua orelha.
— E onde vai encontrar uma pizzaria aberta a esta hora da noite?
— Você esqueceu que está no meu mundo agora. — Lembrei convencido.
Ela não respondeu, mas o seu sorriso deu a entender que ainda queria se
aventurar comigo por estas ruas. Olhei o relógio de pulso e vi que faltavam
quinze minutos para as três horas da manhã. Ainda daria tempo para fazer tudo o
que estava planeado na minha cabeça.
Assim que entrámos na pizzaria estilo lanchonete já muito conhecida por
mim, vi os olhos de Demi brilharem ao encararem os variados tipos de pizza que
ela tinha à disposição. Mantive sua mão segura na minha e encarei-a enquanto
ela tentava escolher entre os cinco tipos de pizza que ela selecionara. Como
ela diz: “Se você quer se sentir bem alimentado, tem que escolher a pizza
certa!”.
Certo, eu não conhecia este lado dela. Não sabia que ela apreciava tanto
assim uma boa pizza ou qualquer outra comida. Acho que talvez pela rotina que
ela vive. Acho que isso não lhe permite fazer estes excessos. Ela tem um corpo
saudável e faz desporto para mantê-lo. No entanto ela não aplica qualquer dieta
rigorosa de não comer. Ela apenas come. Isso era outra coisa que me fazia ficar
encantado por ela. Ela não era como as outras.
— Desculpe ter demorado tanto para escolher. — Disse ficando levemente
corada. Já estávamos sentados numa mesa junto à janela enquanto aguardávamos o
pedido chegar.
— Sem problema Demi. — Disse acariciando sua mão por cima da mesa.
O silêncio permaneceu de forma agradável e eu apenas sorria enquanto via
Demi olhar o cais pela janela. As luzes decorativas, as luzes dos barcos e a
própria movimentação da avenida. Não éramos os únicos a ter a ideia de passear.
Os melhores momentos aconteciam pela noite dentro neste cais.
— Porque me olha desse jeito? — Perguntou sorrindo.
— Você está radiante esta noite. — Disse seguindo como olhar as curvas que
seu cabelo formava.
— Eu me sinto como uma adolescente no primeiro encontro. — Falou rindo.
— Tecnicamente este é o nosso primeiro encontro. — Disse com um sorriso.
— Se esqueceu do dia em que o levei a comer o melhor gelado da cidade? —
Perguntou com falsa ofensa.
— Não, não esqueci. — Disse rindo. — Mas para mim isso não foi um
encontro. Pelo menos oficial.
— Porque não?
— Eu não conduzi, não abri a porta para você, não tinha um plano e não fui
autor de um enorme sorriso no seu rosto. Não era um primeiro encontro de
verdade.
— Tudo bem. É uma boa justificação. — Concordou vendo que nosso pedido
chegara. — Qual vai ser o próximo item da lista? — Perguntou dando a primeira
dentada.
— Hum, ainda não decidi se vamos invadir propriedade alheia ou fazer uma
tatuagem.
— Vamos? Você também vai fazer uma tatuagem? — Perguntou surpresa.
— Sim. Eu já tinha pensado em fazê-la antes. Agora é a oportunidade
perfeita.
— Por favor, não escreva o meu nome. — Pediu assustada. Ri da expressão
dela e levei com um guardanapo na cara. — Não ria. Isso não tem graça!
— Demetria, eu sou clichê, mas não tanto assim. Além disso, nunca quis
escrever nomes ou qualquer coisa que indicassem alguém. — Disse vendo-a
relaxar. — Por incrível que pareça isso era antes. — Falei recebendo um olhar
mortal dela. — Calma! — Pedi levantando as mãos e rindo. — Não vou fazê-lo. Não
sei por que tem tanto medo de viver. — Respondi agora carrancudo. A ideia seria
assim tão ruim para ela?
— Não tenho medo de viver. A prova disso é que vim com você para um sitio
totalmente desconhecido e estou cumprindo uma lista idiota que eu fiz quando
tinha quinze anos. Isto não é viver? — Perguntou sentando-se no meu colo.
— Certo. Desculpa. Não vamos falar mais de tatuagens até chegar a hora. —
Disse beijando seus lábios.
— Concordo. Até por que esta pizza está maravilhosa. — Disse pegando outra
fatia. Preparei-me para mordê-la quando ela estendeu um pedaço, mas ela foi
mais rápida e tirou de mim. Mordi seu queixo e recebi um selinho. Ela era
adorável.
Depois de terminarmos de comer e chegarmos a um ponto de não nos conseguirmos
mexer, olhei para Demi e ri assim como ela. Encarei a lista mentalmente e
decidi que faríamos agora o item número quatro.
4. Invadir uma propriedade alheia e deixar uma peça de
roupa como lembrança.
3. Roubar sabonetes de um hotel luxuoso e flertar
com o garçom do serviço de quarto.
2. Fazer uma tatuagem que outra pessoa escolha
(tatuagem e lugar).
1. Nadar pelada com o risco de ser flagrada.
— Aonde vamos agora?
— Invadir propriedade alheia. — Disse piscando para ela. Recebi um olhar
confuso e expliquei enquanto a levava pelo cais.
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