06/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 17º Capítulo


Joseph’s POV

Eu nunca conseguiria me preparar para algo assim. Ver Demetria num vestido vermelho já era algo que me fazia suar, mas vê-la vestida de cowgirl estava me deixando a ponto de enfartar. Lizzie sorriu maliciosa e piscou para mim quando apareceu com Demetria e eu não fiz outra coisa a não ser estender a minha mão para ela. Demetria aceitou-a de bom grado e eu apertei-a contra mim, inalando o perfume em seus cabelos.
As ondas perfeitas e agora volumosas caiam por seus ombros e costas, me deixando com vontade de entrelaçar meus dedos em sua nuca e acariciá-la. Sua roupa era o mais simples e sexy possível. Uma camisa azul clara e amarela, xadrez com um nó acima do umbigo e os dois primeiros botões abertos juntamente com a calça jeans colada ao corpo de cintura baixa era o que faltava para eu enlouquecer de vez.
Hello stranger. — Sussurrei com um sorriso divertido.
— Gostou? — Perguntou envergonhada.
— Com todo o respeito com a alta costura, mas você está ainda mais... Gostosa. Se continuar assim vou ter que te proibir de sair à rua sem mim. — Brinquei beijando seus lábios levemente.
— Não é para tanto assim. — Murmurou.
— Tem certeza? Olhe em volta. — Pedi. Demetria cumpriu e escondeu o rosto no meu pescoço ao perceber os olhares alheios.
— Eu não gosto de ser o centro das atenções. — Falou envolvendo meu pescoço com ambos os braços. Sorri e acariciei o seu quadril exposto.
— Você vai ser esta noite. Vai ser comigo. Vem. — Pedi ouvindo a música tocar. Era música country e já tinha vários casais animados dançando. Não era o meu tipo de dança favorito, mas com Demi em meus braços até salsa eu dançaria.
— O que está querendo fazer? — Perguntou confusa, me acompanhando até ao centro da pista improvisada que havia no bar.
— Cumprindo o item número cinco da lista. Fazer você dançar lascivamente com um ser do sexo masculino bastante hétero! — Salientei.
Vi-a gargalhar quando a rodopiei em meus braços e em seguida puxei-a novamente para mim, segurando-a pelo quadril e mantendo suas costas encostadas em meu peito. Senti seus cabelos em meu rosto e beijei seu pescoço enquanto deixava que ela me guiasse pelos movimentos de seu quadril. Eu sentia que ela ainda estava tensa, talvez nervosa por estar dançando comigo daquela forma em público. Era a primeira vez que dançávamos e eu não perderia a oportunidade de transformar isso em algo extraordinário e memorável. Algo que eu já tinha notado: Demetria Lovato tinha muitas primeiras vezes comigo.
— Eles não param de olhar. — Disse em meu ouvido quando se virou para mim. Olhei para perto da porta e vi os motoqueiros que estavam à entrada do bar quando entrámos. Agora sabia por que ela estava tensa. Merda. Eles não iriam me fazer estragar a noite dela. Isto era sobre Demi!
— Vamos ignorá-los, sim? Não se preocupe. — Pedi acariciando sua pele. — Não vou deixar nada acontecer com você.
— Não gosto deles Joe. — Disse preocupada. Amoleci por ouvi-la me chamar de Joe e apertei-a mais contra meu corpo.
— Quer ir embora? — Perguntei não querendo ir. Queria ficar com ela aqui até de manhã e aproveitar a noite com ela. Não queria que uns motoqueiros que se acham durões estraguem a noite. Demi suspirou e olhou em meus olhos.
— Não. — Disse com um meio sorriso. Recebi um selinho. — Quero ficar aqui com você e cumprir o seu plano. — Falou. Ela tinha entendido que eu queria aproveitar o tempo com ela. — Eu quero me arriscar com você. — Disse por fim.
Não sorri com suas palavras. Apenas me assustei com seu olhar e o com o significado daquilo. Senti meu coração martelar contra o peito ao olhar nos olhos castanhos e segurei-a pela nuca, beijando-a com desespero. Ao mesmo tempo em que novas dúvidas se formavam em minha mente, certezas apareciam tão rápido como flashes. Eu não queria que meus quarenta dias acabassem.
— Você é minha esta noite? — Perguntei beijando seu rosto carinhosamente.
— Apenas esta noite? — Perguntou. Neguei com a cabeça e vi-a dar de ombros e sorrir. Eu sabia o que aquilo significava. Não era algo que ela ou eu pudéssemos controlar.
— Gostosa. — Sussurrei em seu ouvido enquanto dançávamos ao som da música. Mordisquei seu lóbulo e senti-a ofegar contra meu pescoço.
Não me preocupei em segurar minhas mãos e acariciei Demi como bem entendi. Ela não se negou a cada toque meu e eu aproveitei e apertei sua bunda carnuda. Ouvi um gemido e subi minhas mãos para seus quadris. Demetria nunca esteve tão apetecível como agora e eu sabia como a noite iria acabar. Mesmo que eu não estivesse pensando em sexo quando a ideia me veio em mente, era impossível não imaginar Demi me montando. Era o fetiche de qualquer homem à face da terra e o meu não seria diferente.
Fiquei feliz por ver que ela finalmente se soltava e se animava mais à medida que nos movíamos na pista. Eu sentia sua pele fervendo em minhas mãos e sentia sua respiração ofegante enquanto me roçava nela. Eu sabia que ela estava excitada e eu já nem me esforçava para esconder que estava do mesmo jeito. Ter um corpo perfeito como o de Demi se esfregando em mim de forma lasciva era algo que eu poderia suportar se tivesse uma cama por perto. Quando a música terminou ela parou de dançar e enlaçou-me pelo pescoço, beijando-me nos lábios com carinho. Sorri e apertei-a mais contra mim.
— Obrigada. — Pediu quando nos dirigimos para fora da pista.
— Por quê? — Perguntei confuso. Realmente confuso.
— Por me fazer esquecer a realidade e me divertir de verdade. — Falou me puxando para ela.
— Agradeça-me no final da noite ou então não o faça. — Pedi beijando-a. Seus lábios macios retribuíram os curtos beijos e o sorriso dela fez-me ver que ela tinha entendido o recado. Ainda tinha mais cinco itens para riscar da lista.
— Aonde vamos agora? — Perguntou Demi depois de me ter despedido de Lizzie e me encaminhar para fora do bar.
— Aproveitar o resto da noite. — Respondi com um sorriso misterioso. Ou pelo menos a tentativa do mesmo. — Vem. — Pedi entrelaçando minha mão na dela.
Puxei Demi para a saída do bar e logo percebi que teríamos que passar pelo grupo de homens mal encarados. Segurei-a pela cintura e passei pela entrada com ela colada em mim. Os olhares maliciosos estavam sobre ela e um desgraçado esgotou a minha paciência deixando-me na corda bamba.
— Belo pedaço de carne que aí tem. — Comentou depois de assobiar. Parei no mesmo instante e apertei mais Demi contra mim.
Eu tinha duas escolhas. Seguir em frente e aproveitar a noite com Demi ou voltar atrás para defender a sua honra. Antiquado? Possessivo? Bastante. Mas eu pouco me importava com isso realmente. A imagem suicida de esmurrar o rosto do idiota era tentadora de mais para que eu não a ponderasse. Porra! Ela era minha. Até que eu fizesse merda e a perdesse, ela era minha!
— Joseph. — Ouvi Demetria sussurrar. Senti sua mão pousar delicadamente em meu peito e olhei para baixo, na direção dos olhos dela. Minha baixinha olhava-me com um claro aviso de evitar confusões, mas não era eu que as estava criando. — Vamos? Por favor? — Pediu subindo sua mão para meu pescoço e acariciando. Só aí percebi que estava ofegante como um touro e que a apertava mais do que devia. Ela poderia ficar marcada.
Antes que pensasse duas vezes, afrouxei o aperto em sua pele e segui o caminho em direção à pizzaria mais próxima. Se eu esperasse mais um segundo as coisas ficariam feias para o meu lado já que seria um contra pelo menos cinco. Não falei nada durante o caminho, mas tratei de respirar fundo e me acalmar. Olhei no rosto de Demi e vi que o sorriso que ela tinha antes agora havia sumido. Ótimo Joseph. É você quem está estragando tudo agora.
— Quero ver o seu sorriso de novo. — Falei cobrindo seus ombros com meu braço. Ela sorriu tímida e passou um braço por minha cintura.
— Só não fique daquele jeito de novo. — Pediu. — Não gosto de nada que envolva violência.
— Devo mencionar os objetos lá de casa que você usou para me agredir? É que eu ainda não esqueci o taco de basebol. — Disse fazendo careta. Ela riu e escondeu o rosto no meu pescoço.
— Esse é um tipo de violência diferente. — Falou me fazendo rir. Claro que era.
— A única violência que vamos ter agora vai ser a pizza que vamos comer. Estou morrendo de fome! — Disse mordendo sua orelha.
— E onde vai encontrar uma pizzaria aberta a esta hora da noite?
— Você esqueceu que está no meu mundo agora. — Lembrei convencido.
Ela não respondeu, mas o seu sorriso deu a entender que ainda queria se aventurar comigo por estas ruas. Olhei o relógio de pulso e vi que faltavam quinze minutos para as três horas da manhã. Ainda daria tempo para fazer tudo o que estava planeado na minha cabeça.
Assim que entrámos na pizzaria estilo lanchonete já muito conhecida por mim, vi os olhos de Demi brilharem ao encararem os variados tipos de pizza que ela tinha à disposição. Mantive sua mão segura na minha e encarei-a enquanto ela tentava escolher entre os cinco tipos de pizza que ela selecionara. Como ela diz: “Se você quer se sentir bem alimentado, tem que escolher a pizza certa!”.
Certo, eu não conhecia este lado dela. Não sabia que ela apreciava tanto assim uma boa pizza ou qualquer outra comida. Acho que talvez pela rotina que ela vive. Acho que isso não lhe permite fazer estes excessos. Ela tem um corpo saudável e faz desporto para mantê-lo. No entanto ela não aplica qualquer dieta rigorosa de não comer. Ela apenas come. Isso era outra coisa que me fazia ficar encantado por ela. Ela não era como as outras.
— Desculpe ter demorado tanto para escolher. — Disse ficando levemente corada. Já estávamos sentados numa mesa junto à janela enquanto aguardávamos o pedido chegar.
— Sem problema Demi. — Disse acariciando sua mão por cima da mesa.
O silêncio permaneceu de forma agradável e eu apenas sorria enquanto via Demi olhar o cais pela janela. As luzes decorativas, as luzes dos barcos e a própria movimentação da avenida. Não éramos os únicos a ter a ideia de passear. Os melhores momentos aconteciam pela noite dentro neste cais.
— Porque me olha desse jeito? — Perguntou sorrindo.
— Você está radiante esta noite. — Disse seguindo como olhar as curvas que seu cabelo formava.
— Eu me sinto como uma adolescente no primeiro encontro. — Falou rindo.
— Tecnicamente este é o nosso primeiro encontro. — Disse com um sorriso.
— Se esqueceu do dia em que o levei a comer o melhor gelado da cidade? — Perguntou com falsa ofensa.
— Não, não esqueci. — Disse rindo. — Mas para mim isso não foi um encontro. Pelo menos oficial.
— Porque não?
— Eu não conduzi, não abri a porta para você, não tinha um plano e não fui autor de um enorme sorriso no seu rosto. Não era um primeiro encontro de verdade.
— Tudo bem. É uma boa justificação. — Concordou vendo que nosso pedido chegara. — Qual vai ser o próximo item da lista? — Perguntou dando a primeira dentada.
— Hum, ainda não decidi se vamos invadir propriedade alheia ou fazer uma tatuagem.
— Vamos? Você também vai fazer uma tatuagem? — Perguntou surpresa.
— Sim. Eu já tinha pensado em fazê-la antes. Agora é a oportunidade perfeita.
— Por favor, não escreva o meu nome. — Pediu assustada. Ri da expressão dela e levei com um guardanapo na cara. — Não ria. Isso não tem graça!
— Demetria, eu sou clichê, mas não tanto assim. Além disso, nunca quis escrever nomes ou qualquer coisa que indicassem alguém. — Disse vendo-a relaxar. — Por incrível que pareça isso era antes. — Falei recebendo um olhar mortal dela. — Calma! — Pedi levantando as mãos e rindo. — Não vou fazê-lo. Não sei por que tem tanto medo de viver. — Respondi agora carrancudo. A ideia seria assim tão ruim para ela?
— Não tenho medo de viver. A prova disso é que vim com você para um sitio totalmente desconhecido e estou cumprindo uma lista idiota que eu fiz quando tinha quinze anos. Isto não é viver? — Perguntou sentando-se no meu colo.
— Certo. Desculpa. Não vamos falar mais de tatuagens até chegar a hora. — Disse beijando seus lábios.
— Concordo. Até por que esta pizza está maravilhosa. — Disse pegando outra fatia. Preparei-me para mordê-la quando ela estendeu um pedaço, mas ela foi mais rápida e tirou de mim. Mordi seu queixo e recebi um selinho. Ela era adorável.
Depois de terminarmos de comer e chegarmos a um ponto de não nos conseguirmos mexer, olhei para Demi e ri assim como ela. Encarei a lista mentalmente e decidi que faríamos agora o item número quatro.

6. Comer pizza como uma esfomeada.
5. Dançar lascivamente em público acompanhada de um ser do sexo masculino hétero.
4. Invadir uma propriedade alheia e deixar uma peça de roupa como lembrança.
3. Roubar sabonetes de um hotel luxuoso e flertar com o garçom do serviço de quarto.
2. Fazer uma tatuagem que outra pessoa escolha (tatuagem e lugar).
1. Nadar pelada com o risco de ser flagrada.

— Aonde vamos agora?
— Invadir propriedade alheia. — Disse piscando para ela. Recebi um olhar confuso e expliquei enquanto a levava pelo cais.

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