05/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 12º Capítulo


Acordar ao lado de Joseph Jonas devia ser algo menos complexo. E isso é a minha humilde opinião. Certo, o sexo na noite passada foi ótimo e dormir com o braço dele à minha volta deixou-me demasiado confortável, mas eu não conseguia parar de pensar nos recentes dramas da minha vida. O novo Joseph, a teoria de Valentina e a minha visita a uma sex-shop no final do dia de hoje. Era uma loucura.
Sorri ao lembrar-me de como a minha vida estava há pouco mais de uma semana e suspirei ao notar o quão agitada ela tinha ficado desde que aceitei Joseph aqui em casa. Passei de uma mulher comprometida a uma mulher com sexo casual e pela primeira vez as teorias de Valentina aplicavam-se a mim. Eu sei que sou nova e que apenas estou vivendo e me divertindo, mas... É certo? Devo continuar com isso?
— No que está pensando? — Ouvi Joseph perguntar ao meu lado. Olhei-o e vi-o com os olhos fechados enquanto começava a distribuir pequenos beijos por minha pele nua. Pois é, eu agora também dormia sem roupa.
— Nada de mais. — Respondi sem dar muita importância.
— Nada de mais? — Perguntou me olhando atentamente.
— Não se preocupe. — Pedi virando-me para ele. Joseph acariciou meus cabelos e depositou um breve selinho em meus lábios. Aquela era uma boa forma de dar os bons dias. Entrelacei meus dedos em seus cabelos desgrenhados e puxei-o mais para mim, beijando-o com vontade. Eu não sei por que fiz aquilo. Apenas senti uma vontade de sentir a língua dele na minha. Ele não pareceu se importar.
— Tem mesmo que ir trabalhar hoje? — Perguntou descendo os beijos por meu pescoço.
— Sim. — Respondi com um suspiro. Ele beijava meu colo agora e eu voltei a puxá-lo para cima antes que ele continuasse. — Nem pensar. — Falei sentindo sua ereção me cutucar. Ele era impossível!
— Sem sexo matinal? — Perguntou fazendo bico. Olhei-o incrédula e ri.
— Sem sexo matinal. Já teve o suficiente ontem. — Falei com um sorriso. Empurrei-o para o lado e levantei-me da cama. Peguei o robe fino e vesti, ouvindo-o resmungar.
— Não me parece que tenha sido o suficiente. — Ouvi-o dizer. Encarei-o e vi-o sentado no meio da cama, com o lençol branco tapando-o da cintura para baixo. Ele encarava a sua excitação evidenciada no lençol branco e eu ri. Ele ficaria na mão. Literalmente.
— Pois eu acho que foi. Tenho que me arrumar e ir para o trabalho. Você ainda pode dormir mais um pouco. — Falei olhando o relógio na mesa de cabeceira. Joseph resmungou, mas eu apenas saí pela porta.
Não o ouvi dizer mais nada e isso me deu a certeza de que ele dormiria mais um pouco. Depois de fazer minha higiene matinal, apressei-me a tomar o café da manhã. Devia ter pegado na mala e nas chaves e sair logo de casa, mas infelizmente resolvi voltar ao quarto para me despedir de Joseph.
— Joseph. — Chamei entrando pelo quarto adentro. Parei quando vi que ele estava deitado de bruços, atravessado na cama, agarrado ao meu travesseiro. Veio-me uma imagem de Travis na mesma situação. A diferença entre eles é que Travis foi meu namorado durante dois anos. Seria normal ele se agarrar ao meu travesseiro por causa do meu cheiro, mas não Joseph. Isto não significava que eu ainda sentia algo por Travis. Significava que Joseph estava se apegando e eu não queria. Foi combinado que seria apenas sexo. Pura e boa sacanagem. Não era suposto ser assim.
— Demi. — Ouvi-o chamar baixinho. Eu não sabia se ele estava sonhando ou se estava acordado então me aproximei e sentei-me na beirada da cama. Acariciei seus cabelos levemente e inclinei-me para beijar sua testa. — Não me deixa. — Sorri ao perceber que ele estava sonhando comigo. Isto nunca acontecera com Travis. Então eu percebi. A merda estava acontecendo.
Afastei-me rapidamente e sai de casa mais rápido que um furacão. Entrei no carro e dirigi até à empresa. Estacionei no lugar habitual e agradeci por ainda ter uns minutos antes de entrar. Peguei no iPhone sem me importar com a hora e liguei para Valentina. Eu precisava falar com alguém e tinha que ser com ela. Só ela me entenderia agora.
— DEMETRIA, AINDA NÃO SÃO NOVE DA MANHÃ! QUE PORRA É ESSA? — Talvez ela não entendesse tão bem assim.
— Eu preciso desabafar com você antes que eu exploda. — Falei sem me importar com o ataque matinal dela.
— Oh, parece sério. Que aconteceu? — Perguntou agora preocupada. Deitei a cabeça no volante do carro e deitei tudo pra fora.
— Joseph aconteceu Valentina. Fizemos sexo na noite passada e foi maravilhoso. Agora de manhã ele queria mais e eu neguei porque tinha que vir trabalhar e quando fui me despedir dele, e não pergunte o porquê de eu ter ido me despedir dele, encontrei-o dormindo, agarrado à minha almofada e sonhando comigo. — Disse numa correria. Eu duvidava que ela tivesse entendido alguma coisa, mas era Valentina. Ela sempre surpreendia.
— Você está sendo hipócrita minha filha! — Falou ela de repente. Levantei a cabeça assustada com a reação dela.
— O quê?
— Hipócrita. Você está com medo por que não quer uma relação séria e agora está entrando em pânico por saber que Joseph está se apegando a você. Meu amor foi você quem voltou ao quarto para se despedir dele então meio que pediu por isso. Já imaginou que se não tivesse voltado ao quarto não saberia disso e não estaria me ligando agora? — Ouvi-a perguntar. É. Fazia sentido.
— Eu estou me apegando, não estou? — Perguntei sabendo a resposta.
— O que você acha? — Perguntou de volta. Eu podia notar que ela estava sorrindo.
— Eu não quero uma relação Valentina. — Insisti.
— Demetria, você se importa com Joseph. Isso não significa que esteja se apaixonando. Uma amizade colorida não é um romance. Aprenda a diferenciar isso. Não há porque misturar as coisas. — Disse sabiamente. Ri do jeito dela e agradeci.
— Obrigada por isso. Eu estava precisando ouvir. — Admiti.
— Sem problema. Fiquei feliz por ter ligado. Posso te pegar logo para irmos comprar o presente de Milah?
— Não me vai fazer passar vergonha, vai? — Perguntei divertida enquanto saía do carro. Já estava me atrasando.
— Até parece! — Resmungou indignada. — Posso passar na sua casa mais tarde ou não?
— Pode sim.
— Ótimo. Savanna deu a ideia de fazer-mos um jantar surpresa pra ela. Gostei da ideia. Uma festa privada é sempre melhor do que uma boate ou um pub. Vai ser divertido e vai poder levar Joseph e Brandon.
— Brandon? — Perguntei surpresa enquanto atravessava a rua e entrava na empresa.
— Claro. Eu ainda vou transar com aquela perdição! Ele sabia do Pénis de Ouro. Nem todo o garoto sabe disso.
— Bem, ele não é bem um garoto. — Falei lembrando que tal como Joseph, Brandon era dono de um corpo de Deus Grego.
— Depois eu confirmo isso. — Disse maliciosa. Ri do jeito dela e entrei no elevador.
— Tudo bem, eu vou ver o que posso fazer por você. Tudo vai depender do seu comportamento na sex-shop. — Avisei. Assim eu sabia que ela iria se comportar.
Despedi-me de Valentina e adentrei o escritório para mais um dia de trabalho. Minha melhor amiga tinha razão. Eu estava sendo hipócrita e estava fazendo um filme enorme sobre algo que não valia a pena. Joseph sabia o que estava fazendo e quero acreditar que eu também.

Joseph’s POV

Não fiz nada o dia inteiro. Isso mesmo. Nada! Pelo menos até Brandon praticamente invadir a casa. Quando você não está na sua casa, nem no seu bairro, fica difícil de arranjar algo para fazer. Eu podia cozinhar, mas o mais provável seria eu queimar a casa sem Demi por aqui. Eu podia arrumar a sala, mas depois Demi não saberia onde estão as coisas dela. Podia correr pela vizinhança, se Demi não tivesse uma vizinha tarada e fofoqueira. É, assim fica difícil. O melhor mesmo é recorrer ao seu melhor amigo, mas não era este o caso. Brandon sempre foi um cara que gostou de dar nas vistas, mas desta vez ele se superou.
— CARA ABRE ESSA PORRA OU EU JURO QUE ARROMBO! — Certo, ele podia simplesmente ter tocado a campainha ou ligar para avisar que estava vindo. Assim não apanharia susto e derrubado minha gemada. Ele iria limpar.
— PARA DE BATER NA PORTA! — Gritei ouvindo o infeliz esmurrar a porta como se a sua vida dependesse disso. Andei apressado até à porta e abri-a rapidamente, fazendo o idiota esfregar a cara no chão. Dei as costas e fui pegar a esfregona.
— Cara, esse chão é duro! — Reclamou levantando-se. Fiquei olhando como um verdadeiro idiota e em seguida estendi a esfregona pra ele. Apontei para a gemada derramada no chão e ele entendeu o recado mortalmente silencioso. — A Demi está? — Ouvi-o perguntar demasiado interessado.
— Quem quer saber? — Perguntei sentando no sofá.
— Hum, Brandon? Seu melhor amigo? — Respondeu como se fosse óbvio. Revirei os olhos e ri.
— Perdão. Eu queria dizer: quem é o idiota que está interessado em saber?
— Eu. Brandon. — Respondeu novamente. — Você está bem cara? Bateu a cabeça?
— É, eu sabia que você era idiota. E não, eu não bati a cabeça. Mas você bateu. — Falei com gosto.
— Você está muito engraçadinho hoje. Eu estou falando sério. — Disse terminando de limpar a sujeira que eu tinha feito por culpa dele.
— Não, Demi ainda não chegou. Porquê?
— Precisava falar com ela. — Disse largando-se ao meu lado no sofá como se a casa fosse dele. Tudo bem, eu sei que fazia isso o tempo todo, mas em minha defesa: eu já faço parte da mobília daquela mulher.
— Não acha que está folgado de mais, não?
— Não obrigado. Estou bem. — Falou se acomodando. Fiquei com vontade de o socar, mas me contive. Demetria não ia gostar de ver sangue no sofá.
— Porque quer falar com ela?
— Assunto estritamente confidenciais. — Respondeu olhando a tv. Sorri com sarcasmo e dei-lhe um olhar de morte. Não deu resultado então parti para a opção dois. — FICOU DOIDO CARA? ME SOLTA! — Gritou a bicha enquanto eu espalmava seu rosto contra a mesa de centro da sala. É claro que eu não ia machucá-lo, mas um pequeno susto não faria mal.
— O que quer com a Demi? — Perguntei novamente.
— Joseph! Ficou louco? — Falou uma Demetria surpresa. Ela veio correndo em auxilio de Brandon, mas eu não larguei o desgraçado. Nem a tinha ouvido chegar.
— Pronto, ela já chegou. Agora fala o que quer com ela.
— Valentina. — Disse simplesmente. Larguei-o e deixei-o respirar de alivio. Se ele tivesse dito logo que era sobre ela tinha evitado tudo isso. E o olhar furioso que Demetria me lançava. Ela metia medo quando queria!
— Francamente! — Disse revoltada. — Vem Brandon. — Pediu levantando-o e puxando-o para a cozinha. Eu não o tinha machucado. Sabia o que estava fazendo. Mas não consegui deixar de ter raiva quando ela saiu dali com ele sem nem me cumprimentar. Já bastava de manhã que ela não se tinha despedido. Acordar agarrado à almofada dela é bom, mas não é a mesma coisa.
— O que você deu pra ele que o fez ficar louco assim? — Ouvi Brandon perguntar da cozinha. Demi riu e eu pensei besteira. Não era exatamente besteira porque era gostoso, mas era coisa pornográfica e não prestava se eu respondesse em voz alta. Provavelmente levaria um tapa na cara e me chamariam de safado.
— O que você queria comigo? — Perguntou ela. Levantei-me do sofá e adentrei a cozinha, sentando-me num dos bancos que lá tinha. Os dois olharam para mim, mas eu permaneci com o sorriso no rosto. Queria ouvir a conversa. Vi que Demi revirou os olhos, mas deixaria aquela passar.
— Eu queria falar sobre Valentina. Acha que ela aceitaria sair comigo se eu convidasse? — Perguntou o idiota.
— Acho que sim. — Respondeu Demi.
— Sério?
— Claro. Daqui a pouco ela vai estar aí à porta. Vamos comprar um presente de aniversário.
— Numa sex-shop? — Perguntei com mil ideias perversas em mente.
— Sim. Valentina colocou isso na cabeça e aquela cabeça lá é mais dura que pedra. Ela não muda de ideia.
— Podemos ir? — Perguntou Brandon.
— Você não tem problema, agora com Joseph não vai prestar. — Disse sorrindo. Olhei-a de forma incrédula.
— Porque não? — Perguntei ofendido.

Demetria’s POV

— Demi, você gostaria de ser algemada? — Perguntou Joseph me perseguindo nos corredores da sex-shop. Senti meu rosto queimar de vergonha e olhei em volta antes de dar mais um tapa no abdómen dele.
— Não, eu não gostaria de ser algemada. — Respondi baixo. Valentina e Brandon tinham sumido algures nos interiores da loja e eu fiquei a passar vergonha com Joseph no meu pé. Pelo menos Valentina estava comportada.
— Porque não? Deve ser interessante. — Insistiu.
— Não vai acontecer Joseph Jonas. — Falei sem olhá-lo nos olhos. Ele agora pegava uma mordaça de couro. Aquilo era de mais para mim.
— Podia ser o meu presente de aniversário. — Falou fazendo bico.
— Sonhe acordado. Algemar uma pessoa é de mais, não acha? É preciso confiar de mais no parceiro para isso. — Falei imaginando como seriam todos aqueles votos de confiança entre dominadores e submissas. Nunca tinha sido um assunto que me chamasse à atenção então nunca tinha parado para pensar nisso.
— Nós temos confiança de sobra Demetria.
— Claro. — Falei irónica enquanto avançava no corredor. Senti que ele me segurava pelo braço e virei-me para olhá-lo.
— É sério. Confiança entre a gente não falta. Se não fosse assim a gente não dormia junto e não vivíamos tão à vontade um com o outro ao final de uma semana. Não acha que é tão pouco tempo para dois estranhos? — Perguntou me olhando nos olhos. Fazia sentido e isso me frustrava.
— Talvez, mas não vai acontecer. — Falei dando as costas e seguindo em frente. Era por isto que eu não queria que ele viesse. Joseph dava sempre um jeito de me fazer dar-lhe razão ou concordar com alguma coisa.
— Eu não acredito que você nunca tenha jogado com Travis. — Falo descrente, bem atrás de mim. Sim, ele também dava sempre um jeito de eu me lembrar do meu ex-namorado. Eu não entendia Joseph, sério que não.
— Não importa. — Desconversei olhando umas lingeries que estavam no final do corredor.
Aproximei-me e toquei numa delas. Era de seda. Totalmente preta com vários detalhes rendados. Era linda. Vi que Joseph me observava e mudei meu foco para qualquer outra coisa que não fosse a lingerie. Já tínhamos feito sexo e ele já sabia que eu apreciava as peças ousadas. Foi ele quem as tirou de meu corpo. Mas mesmo assim sentia que era algo intimo de mais para partilhar com ele. Eu não comprava minhas lingeries em sex-shops e aquela foi a primeira vez que eu achei alguma que eu gostasse. Joseph não precisava saber disso.
— Deus, ele era mesmo frouxo. — Ouvi-o dizer. Percebi que ele tentava aliviar a tensão e agradeci por Valentina nos ter interrompido.
— Demi, olha o que eu achei. Isso seria ótimo pra ela. — Falou Valentina me estendendo uma caixa azul e cinzenta.
Encarei o conteúdo e percebi que aquilo era uma espécie de conjunto 50 Sombras de Grey. Continha uma máscara preta com detalhes prateados, umas algemas de couro, um gel, umas velas que eu calculava serem aromáticas e outras coisas que eu não sabia para que serviam. Sorri para Valentina e ela percebeu que eu tinha gostado. Não era um vibrador como eu tinha imaginado que a louca iria oferecer, mas sim algo que podia ser usado numa noite romântica.
— Para ela ou para Diego? Tenho a certeza que não vai ser ela a usufruir do presente. — Falei divertida.
— O nosso objetivo é agradar senhorita Lovato. — Falou maliciosa. Gargalhei e caminhámos para o caixa.
— Ouviu pequena? O nosso objetivo é agradar. — Disse Joseph em meu ouvido enquanto segurava minha cintura. Senti um beijo em minha nuca e arrepiei.
Tentei ignorá-lo e segui Valentina para fora da loja. Antes disso olhei a lingerie preta disfarçadamente, mas rapidamente esqueci e acompanhei o grupo até à praça de alimentação. A conversa animada e fiquei contente por Joseph e Brandon terem aceitado o convite para o jantar de aniversário de Milah. Iria ser interessante já que Brandon tem grandes oportunidades de fisgar Valentina. É, eu queria ver isso acontecer.
“Desastrada” devia ser o meu nome do meio já que a minha vida está repleta de ótimas histórias de entretenimento. Tropeçar nos meus próprios pés ou nos paralelos da calçada era a coisa mais natural para mim, mas nada me preparou para o que aconteceu a seguir. Travis. Isso mesmo. Em mais de cinquenta pessoas que deviam estar há minha volta naquela praça de alimentação, eu fui esbarrar exatamente com Travis Queen. Joseph colocou sua mão possessivamente em minha cintura, Valentina ficou em modo de ataque e Brandon ficou perdido, mas sério devido às outras duas criaturas.
— Desculpa. — Pedi. Tinha sido minha culpa. Não importa o que ele tinha feito, eu ainda tinha educação.
— Tudo bem. — Respondeu com um meio sorriso. — Eu estava indo na sua casa na verdade. — Revelou coçando a nuca. Eu acharia aquele gesto fofo se a mão de Joseph não me apertasse mais contra ele, lembrando-me de que eu não era mais namorada de Travis. — Eu preciso falar com você. — Continuou me surpreendendo. Não esperava que ele quisesse falar comigo depois da cena no pub e a verdade é que eu estava relaxada com essa ideia.
— Não tem nada pra falar com ela. — Intercedeu Valentina. — Creio que já falou tudo no pub. — Lembrou.
— É, é sobre isso mesmo que eu queria falar com você. E outras coisas. — Insistiu parecendo encabulado.
Eu podia ter rejeitado e ter virado as costas, mas eu não era uma adolescente, apesar de ultimamente me sentir como tal. Eu não podia fingir que nada estava acontecendo e não podia fugir. Além disso, seria uma boa oportunidade para esclarecer tudo o que ele não havia entendido. Seria como um encerramento definitivo.
— Tudo bem. Quando quer falar? — Perguntei com um sorriso. A mão de Joseph começava a me machucar e eu tirei-a disfarçadamente, afastando-a de mim.
— Er, você está meio ocupada agora então... Posso te ligar depois?
— Claro. — Respondi. — Acho que o meu número você ainda tem. — Afirmei. Ele assentiu e sorriu.
— Obrigada por aceitar. — Agradeceu. Estranhei a atitude, afinal, era apenas uma conversa. Então me dei conta que talvez aquilo também fosse um encerramento para ele. — Eu vou indo. — Despediu-se.
Acenei para ele e vi-o afastar-se da gente. Quando o perdi de vista voltei a atenção para o grupo e me encolhi de imediato. Valentina reprovava minha atitude, mas já era puxada por Brandon até à sorveteria mais próxima e Joseph permaneceu ao meu lado, mas com uma expressão séria.
— Algum problema? — Perguntei me aproximando dele. Seus olhos me encararam e eu não entendi o que ele queria.
— Não acredito que você caiu na lábia desse idiota! — Disparou me surpreendendo. Olhei-o incrédula e dei uma risada sarcástica.
— Não há lábia alguma Joseph, é apenas uma conversa. — Pela primeira vez, senti a necessidade de me defender de Joseph. Porque motivo é que ele me atacava?
— Você é muito ingénua. — Falou colocando as mãos dentro dos bolsos dos jeans escuros. Senti-me ofendida pelo comentário. Eu não era uma criança!
— Tem razão. Talvez tenha sido ingénua de mais para ter deixado que você deitasse na minha cama! — Explodi virando-lhe as costas em seguida. Senti-me ser puxada de volta e bati de frente com seu peitoral. Afastei-me e encarei-o completamente irritada.
— Eu não quero que você volte com ele! — Disse olhando em meus olhos. Eu conseguia ver que ele realmente não queria isso, mas ele não era mais que um amigo para me dizer o que fazer.
— Voltando ou não, será a minha decisão. Pare de se meter na minha vida Jonas! — Falei com brusquidão. — Eu não sou uma garotinha que você pode manipular, então me deixa tomar as minhas decisões. — Falei por fim. Virei as costas novamente, mas parei e virei-me para dizer uma última coisa. — Ah, e pode ficar com o sofá esta noite!

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