O vinho era ótimo e isso eu não podia negar. Eu percebia que Joseph mal
tinha tocado no copo, mas sabia que era por responsabilidade e não por falta de
vontade. Afinal, era ele quem levaria o carro quando fossemos para casa. Isso
me fez ver que ele estava mudado. Eu sei que ele já tinha mudado antes, ou
apenas me tinha mostrado um lado que eu nunca conhecera, mas desta vez era
diferente. Ele estava calado enquanto ouvia algo que Diego lhe falava e dois de
seus dedos pressionavam seus lábios e seu queixo. Ele estava incrivelmente másculo
e eu suspirei. Eu não estava dormindo com um garoto. Eu andava dormindo com um
homem!
— Está babando. — Segredou Milah ao meu lado. Olhei-a assustada e passei a
mão disfarçadamente em meu queixo. Eu não estava babando coisa nenhuma. Ri
quando ela riu também e beberiquei mais um pouco do meu vinho. — Sabe, ele
parece ser realmente legal. — Disse fazendo-me olhar Joseph novamente.
— Ele é. — Concordei.
— Vai deixar escapá-lo? — Perguntou deixando-me confusa.
— Como assim? — Perguntei de volta.
— O cara está de quatro por você Demi. — Disse fazendo-me sorrir
timidamente. — Eu entendo o que vocês têm. Eu fui assim com Diego. — Disse. —
Primeiro nos beijámos sem nunca ter imaginado isso, depois nos envolvemos e nos
separámos. Agora ele diz que me ama quando me acorda todos os dias.
— Ele o quê? — Perguntei atónita. Ela sorriu completamente feliz e eu
percebi que ela ainda não tinha contado a ninguém. — Eu pensei que vocês apenas
se tinham enrolado de novo, não pensei que...
— É, eu sei. Eu também não esperava por isso. Fiquei assustada quando ele
o disse pela primeira vez e pensei em fugir correndo, mas parei para pensar e percebi
que me sentia da mesma forma. Não havia qualquer motivo para fugir. Eu estou
feliz com ele. De verdade. Não vou deixá-lo escapar de novo. — Concluiu.
— O que eu sinto por Joseph não é amor. — Expliquei olhando para ele.
Joseph olhou-me brevemente e sorriu, voltando à sua conversa com os rapazes.
— Eu também não o sentia por Diego, mas agora é tudo o que sinto. Foi um
passo curto até que acontecesse e não adianta tentar fugir. Isso te persegue.
Antes que dê conta tudo se torna mais sério do que você alguma vez imaginou. —
Disse enquanto segurava minha mão. — Acho que é assim que acontece. Você se
apaixona quando menos espera e por quem menos espera. Não há forma de evitar.
— Talvez, mas eu já senti isso com Travis e com Joseph não me sinto assim.
— O que você sentia por Travis era empatia. Não amor. Travis te fazia
sentir viva do jeito que Joseph faz? Ele te fazia pensar em loucuras e
principalmente ter vontade de realizá-las?
— Não. — Respondi baixo enquanto observava Joseph rir de alguma coisa que
Cody tinha dito. — Ele não fazia.
— Quer um conselho? — Perguntou com um sorriso. Assenti e olhei-a. — Não
lute contra isso. Você pode não encontrar outro como ele. E faça quantas
loucuras você puder. Viva para sempre. — Disse bebendo de seu copo.
— Isso são dois conselhos. — Ri enquanto ela dava de ombros.
— Eu já estou sentindo tudo em dobro mesmo. — Falou enquanto brindava
comigo. — Posso sempre dar um conselho a mais.
— Eu te amo Milah. — Declarei dando-lhe um abraço apertado. — Feliz
aniversário.
— Assim eu choro. — Falou a fingida. Rimos e depois olhámos a mesa. — Cadê
a maldita da Valentina? — Perguntou olhando Savannah que parou de falar com
Cody e os rapazes.
— Cadê o Brandon? — Perguntei notando a falta de presença dele. Olhei para
Joseph e ri.
— Provavelmente fazendo algo público. — Comentou Cody enquanto abraçava
Savannah. Levantei-me tentando manter o equilíbrio e ajeitei o vestido nas
minhas coxas.
— Aonde vai? — Perguntou Joseph confuso.
— Conseguir a minha vingança. — Falei caminhando para os banheiros do
restaurante.
O restaurante tinha uma decoração escura e bastante agradável e o fato dos
banheiros serem mais afastados das outras alas fazia-me lembrar um banheiro de
uma boate. Escuro, afastado e vazio àquela hora da noite. Conversa vai,
conversa vem e mais um copo aqui e ali e a conversa prolongou-se. Devia ser
umas dez da noite e a gente ainda fazia a festa. Eu sabia o que Valentina devia
estar fazendo e sorri maliciosa ao imaginar a minha vingança. Quem mandou ela
me fazer passar vergonha?
Quando estava perto de entrar no banheiro masculino para ouvir se estavam
por ali, senti-me ser puxada para o banheiro feminino. Debati-me como uma louca
e tentei gritar, mas o ser suicida empurrou-me contra a parede e fez-me
olhá-lo. Suspirei aliviada ao ver que era Joseph e quando ia bombardeá-lo com
perguntas vi-o trancar a porta da cabine em que estávamos. Olhei-o
interrogativamente, mas o olhar que ele lançou pelo meu corpo deu-me calafrios.
— O que... O que pensa que está fazendo? — Perguntei baixinho.
— Shh. — Pediu percorrendo o meu lábio inferior com seu polegar. Ele
estava muito próximo e não contive um suspiro quando o senti colar seu corpo ao
meu. — Estou lhe dando uma nova primeira vez. — Disse deixando-me confusa. Ele
estava colado em mim e eu sentia algo duro me cutucando. Safado! Ele não me
deixava pensar.
— Você quer... Aqui? — Perguntei sentindo suas mãos em meus quadris.
Recebi um aperto e dei um gemido de aprovação com o toque ousado.
— Não tem ninguém. — Respondeu mordendo o lábio inferior.
— Mas pode aparecer. — Retruquei levando ambas as mãos aos seus cabelos.
— Então não poderá fazer barulho. — Disse rindo enquanto deslizava as mãos
para de baixo do meu vestido.
Eu sentia as suas mãos quentes, sentia seu corpo e sentia seus lábios, mas
eu não conseguia pensar em tudo ao mesmo tempo. O calor que estava sentindo era
insuportável e eu só queria que ele me possuísse de uma vez, mas também havia o
perigo de alguém entrar e sermos pegos no flagra. Seria o mico da minha vida.
Era impossível ser coerente naquele momento. Aqueles safados tinham razão.
Adrenalina era pior que veneno. Nunca senti tanto calor como naquele momento
apesar de não estar coberta até ao pescoço.
Eu queria aquilo, queria muito, por isso mandei tudo para os ares e puxei
Joseph para um beijo urgente. Seus lábios formaram um sorriso safado e não
consegui evitar fazer o mesmo quando o senti arrastar as laterais da minha
calcinha pelas pernas. Amaldiçoei os meus saltos quando a renda se enrolou nos
mesmos, mas logo a sacudi enquanto Joseph me apertava contra ele. Eu sabia que
não ia haver carinho. Eu sabia que nas palavras de Valentina aquilo iria ser
uma pura foda, mas não me importava. Eu queria que fosse apressado, queria que
fosse selvagem e principalmente queria que fosse com Joseph.
— Você está deixando-me louco desde que apareceu com esse vestido na minha
frente. — Sussurrou na curva do meu pescoço enquanto subia o mesmo até minha
cintura.
— Se eu soubesse já o teria usado antes. — Falei enquanto tirava sua
camisa. Felizmente ele tinha deixado a jaqueta no salão.
O corpo de Joseph era perfeito e eu gostava de admirá-lo. Mais que tudo,
gostava de tocá-lo. Sua pele era macia e quente e eu nunca resistia em fazer
carinho em seus ombros ou em sua nuca ou pescoço. Era algo que eu nunca
conseguia evitar. Quando pensava sobre isso o carinho já tinha sido feito e eu não
podia voltar atrás. Eu não sabia de onde vinha essa necessidade, mas foi o que
aconteceu desta vez também.
Num ato rápido, Joseph levantou-me pelas coxas e encaixou-se em mim. Não
doeu, mas a surpresa foi tanta que não consegui evitar que um gemido mais alto
saísse de meus lábios. Sua boca cobriu a minha enquanto ele se movimentava
dentro de mim e eu abracei-o pelos ombros ao mesmo tempo em que sentia minhas
costas irem contra a parede. Mordisquei seu lábio inferior quando ele parou de
me beijar e fixei meus olhos nos dele. Não sei o que transmiti pelo olhar, mas
Joseph sorriu e por um momento as coisas mudaram. Ele abrandou as investidas e
segurou meu rosto carinhosamente com uma das mãos enquanto me segurava contra
ele com o outro braço. Olhei-o confusa e movi o meu quadril contra ele,
ansiando pelo ritmo anterior. Ele sorriu ainda mais e em seguida beijou-me
lenta e carinhosamente. Arrepiei ao sentir sua língua na minha enquanto ele se
mantinha dentro de mim e abracei-o mais apertado.
— Mais... — Implorei contra seus lábios. Vi um sorriso gentil e sorri
também.
— Não era para ser assim. — Sussurrou voltando a investir com força dentro
de mim. Ele parecia estar falando de outra coisa, mas minha mente estava nublada
de mais para que eu pudesse pensar nisso. — Você está deixando-me louco.
Não respondi às suas palavras. Em vez disso beijei-o com todo o desejo que
estava sentindo naquele momento. Eu nunca pensei que fazer sexo daquele jeito
era tão prazeroso. Nunca pensei que algum dia me arriscaria a fazer uma loucura
destas. Então lembrei as palavras de Milah: Travis
te fazia sentir viva do jeito que Joseph faz? Ele te fazia pensar em loucuras e
principalmente ter vontade de realizá-las? Não! Porra. Não, ele não me
fazia pensar em loucuras. Ele não me dava vontade de realizar qualquer desejo
reprimido que eu pudesse ter. E não, ele não me fazia sentir viva como eu me
sentia neste exato momento. Senti todos os músculos do meu corpo se retesarem e
puxei os cabelos de Joseph enquanto ele me apertava fortemente contra ele. O
clímax chegou para nós dois no mesmo instante e eu senti minha mente girar
enquanto Joseph respirava ofegante contra a curva dos meus seios.
— Eu nunca me senti tão viva. — Sussurrei ainda abraçada a ele. Acariciei
sua nuca e percebi que estava fazendo aquilo de novo. Senti um beijo carinhoso
em meu ombro e Joseph saiu de mim lentamente.
— Está vendo que não é tão ruim assim? Ninguém apareceu. — Disse pousando-me
no chão. Senti minhas pernas tremerem e segurei-me nele que percebeu o efeito
que tinha em mim. Eu ainda sentia ondas de prazer percorrerem meu corpo e ele
sabia disso. — Eu nunca te disse isso, mas eu gosto da ideia de ser o seu Pénis
se Ouro. — Brincou esfregando a ponta de seu nariz contra a minha. Ri das
palavras dele e parei quando percebi a forma que ele me olhava. Ele não estava
brincando, ele estava sério de mais para estar brincando.
— Sério? — Perguntei repentinamente envergonhada.
— Sério. Estou feliz que seja eu e não outro homem qualquer. — Admitiu
enquanto beijava meu pescoço e me apertava contra seu peito.
— Você está possessivo. — Comentei fazendo desenhos invisíveis em seu
ombro.
— Isso é mau? — Perguntou.
— Faz-me sentir bem. — Admiti. — É mau se te faz sentir bem? — Perguntei
de forma retórica. Joseph não respondeu, mas sorriu e beijou-me carinhosamente.
Não ficámos no banheiro por muito mais tempo. Depois de nos recompormos e
de eu ajeitar meu cabelo, voltámos para o salão juntos. Não me preocupei em
entrar de mãos dadas com Joseph. Valentina e Brandon já tinham voltado e o
olhar safado que ela me deu mostrava-me que sabia da minha pequena aventura.
Milah sorria enquanto nos olhava e depois de muita risada e brincadeira,
Valentina tomou a atenção e resolveu finalmente mostrar a surpresa dela.
Não foi surpresa quando um garçom do restaurante apareceu trazendo um
tabuleiro enorme com um bolo de aniversário na forma do número vinte e quatro.
Não era algo muito original, mas depois de tanta discussão entre Savannah,
Valentina e eu, achámos que simples era melhor já que tínhamos escolhido um
presente tão pessoal. Notei que havia algo diferente no bolo e olhei Savannah
que me olhava também confusa. Quando o garçom deixou o bolo na mesa e acendeu
as velas é que eu notei o que contornava a parte exterior dos números de
chocolate.
Gargalhei e escondi o rosto na curva do pescoço de Joseph que também ria. Camisinhas!
Inúmeras camisinhas de várias cores e tamanhos decoravam o bolo mais simples de
sempre, tornando-o pervertido só como Valentina sabia fazer. Eu não sei quando
é que ela arrumou tempo para escapar e preparar aquilo, mas a verdade é que
todo mundo ria da brincadeira. Até o garçom ria quando se afastou.
— Eu não acredito que vocês fizeram isso. — Disse Milah depois de
cantarmos os parabéns. Ela ria enquanto era abraçada por Diego. Olhei para
Savannah rapidamente e ambas apontámos para Valentina que levantou as mãos na
altura da cabeça como se fosse inocente.
— Foi coisa dela.
— É, eu confesso. — Disse Valentina rindo. — Vocês são puritanos de mais e
precisam se soltar. Sexo é bom de mais para ser reprimido.
— Ela tem razão. É bom de mais com você. — Ouvi Joseph sussurrar enquanto
me abraçava pela cintura. Corei envergonhada e sorri quando ele beijou minha
testa. Olhei Milah que me olhava com um sorriso no rosto e vi-a piscar-me o
olho como se dissesse novamente “não o deixe escapar”. Sorri e assenti
entendendo a mensagem e quando ia dar atenção ao resto do povo, senti uma
camisinha vir contra mim. Peguei-a desajeitadamente e olhei-a.
— Sabor de menta? — Perguntei olhando para Valentina que distribuía
camisinhas pelo povo enquanto Milah partia o bolo.
— Você é doce de mais meu amor. Menta combina com você. — Respondeu
safada.
— Er, não vai caber. — Ouvi Joseph dizer atrás de mim. Olhei-o atónita tal
como qualquer outra pessoa e vi-o com os olhos postos na camisinha. Ele sorriu
e deu de ombros. — Não é o meu tamanho.
Não respondi, mas sorri enquanto ouvia Valentina fazer uma festa
juntamente com Milah e Savannah. Beijei Joseph e senti-o sorrir enquanto me
agarrava contra ele. Não era minha culpa se o meu Pénis de Ouro era bem dotado.
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