Joseph’s POV
Limpei o suor da testa com o braço mesmo e forcei mais um pouco o acelerador.
Sorri ao ouvir o rugido do motor e coloquei a cabeça de fora para olhar Brandon.
— Como novo. — Falou sorrindo.
— Ainda tem umas coisas que precisam ser consertadas, mas não é assim tão
importante. Pode aguentar mais um pouco até eu convencer a fera. — Falei
lembrando-me que a Demi me mataria se souber que mexi em seu precioso carro.
Sai do carro com um sorriso orgulhoso e deitei novamente no carrinho de
rolamentos que estava em frente ao carro. Deslizei para de baixo dele e
terminei de ajustar a ignição.
— Porque está fazendo isto exatamente? — Perguntou Brandon depois de um
tempo. Dei um meio sorriso aproveitando que ele não estava vendo e respondi uma
meia verdade.
— Porque posso. — Disse simplesmente.
— Joseph.
— Hum.
— Vai tentar enganar outro! — Falou chutando minha canela. Resmunguei e
bufei.
— Ela está hospedando-me em casa dela sem pedir nada em troca Brandon. Não
acha que é o mínimo que posso fazer? — Perguntei tentando contornar a situação.
Ele iria descobrir meu plano!
— Não me convence. Você não precisa disso. Tem os seus cartões de crédito.
Podia estar num hotel. E mais que isso, tem os seus amigos. Sabe que a gente
não lhe viraria as costas Joseph. Você está nesta situação porque quer! —
Acusou. — Eu sei de sua pequena fortuna. Nem se os seus pais o deserdassem você
ficaria mal na vida!
— Eu sei. — Concordei. — E você tem razão. Estou nessa situação porque
quero. — Admiti. Ele era o meu melhor amigo. Não havia motivos para não falar.
— Eu gosto de estar aqui. Simplesmente isso.
— Tem mais Joseph Jonas. — Insistiu.
— Demetria é... Diferente.
— Como assim?
— Eu não me canso dela. — Confessei. — Nunca fico cansado de ouvi-la,
nunca fico no tédio e agora... — Interrompi-me antes de falar de mais.
— Pode falar. — Falou. Suspirei e falei. Que se foda. Se eu não falasse
com ele não falaria com mais ninguém.
— A gente meio que se... Envolveu.
— Se beijaram?
— Transámos. — Revelei. A gargalhada dele lembrou-me o quão ridículo isso
parecia aos olhos de outras pessoas. Felizmente não tinha sido ele quem sentiu
os arrepios na espinha cada vez que sentia os lábios dela.
— E eu pensando que ela te odiava. — Falou. Sorri ao lembrar-me das nossas
“pequenas guerras” e suspirei.
— Ela tem este pequeno problema de tentar entender-me. — Disse. — Ela quer
saber mais de mim. Consegui sua confiança, mas agora tenho que provar que a
mereço. Eu não quero desiludi-la.
— Desde quando você se preocupa com esse tipo de coisa? — Perguntou.
Deslizei de baixo do carro apenas o suficiente para encará-lo e disse mais
sério do que realmente desejava.
— Eu não estava brincado quando disse que ela era diferente.
— Certo. Desculpa. — Pediu levantando as mãos num gesto inocente.
— Está desculpado. — Falei chutando-o de volta.
— Mas você vai ter que me explicar isso direito. — Ouvi-o dizer. Voltei
para de baixo do carro e continuei o trabalho.
— Demi é um meio de chegar a um fim. Eu não quero envolver-me com ela de
forma profunda. Não quero machucá-la entende? Apesar de estar a usá-la, eu me
preocupo com ela. E aquela personalidade é boa demais para desperdiçar comigo.
Ela á boa de mais para mim.
— Desde quando pensa dessa forma?
— Desde que a conheci.
— Você se preocupa de verdade com ela. — Afirmou.
— Sim. — Falei ouvindo um grito de fora da garagem. — Esta conversa morre
aqui Brandon. — Avisei.
— Eu vou ressuscitá-la mais tarde. — Disse dando a entender que eu teria
que me explicar melhor.
— JOSEPH JONAS! O QUE ESTÁ FAZENDO AO MEU CARRO? — Perguntou uma Demetria
completamente alterada. Suspirei tentando esquecer a conversa anterior e
coloquei um sorriso no rosto.
— Boa tarde para você também. — Falei deslizando de novo de baixo do
carro. Sorri ao olhá-la e levantei-me, limpando novamente o suor do rosto. Ela
estava acompanhada e o rubor que agora preenchia seu rosto mostrava que o meu
tronco nu, suado e sujo de graxa causava algum efeito nela. Bom saber. — Vai apresentar-me
sua amiga? — Perguntei sem me mostrar interessado de mais. Eu queria
aproximar-me e beijar Demi, mas desta vez não sabia se devia fazê-lo.
— Valentina este é o demónio que me atormenta há pouco mais de uma semana.
Joseph, esta é Valentina Riviera. — Falou com raiva. Sorri novamente e respondi
irritando-a mais um pouco.
— Prazer. Este é Brandon Mathews. Você já conhece. — Falei apontando o
retardado que mantinha os olhos em Valentina.
— Agora entendo. — Disse Valentina enquanto me olhava e olhava Brandon.
— Entende o quê? — Perguntei quando vi que Demetria ruborizava ainda mais.
Havia ali coisa.
— Nada. — Respondeu ela rapidamente.
— Certo. — Respondi sem saber mais o que dizer. Merda. Não era costume. Eu
esperava que Demi brigasse comigo por ter alterado seu precioso carro, mas ela
parecia ter esquecido.
— Demi precisamos ir a uma sex-shop. — Disse Valentina em meio ao
silêncio. Gargalhei ao ver Demetria arregalar os olhos e aguardei a resposta.
— Fazer o quê? — Perguntou assustada.
— Comprar um presente de aniversário para Milah.
— Isso é sério? Numa sex-shop Valentina? — Perguntou querendo rir também.
— Não é só porque ela encontrou o Pénis de Ouro dela que a gente não pode oferecer
presentes como na faculdade. Eu disse que isso não mudaria.
— Quando é o seu aniversário? — Perguntei insinuando-me a Demi que me
olhou de cara feia.
— Depois dos quarenta dias! — Rebateu. Ri da irritação dela e encarei Brandon
que olhava Valentina como se tivesse visto algo pacificamente sobrenatural.
— Você sabe do Pénis de Ouro? — Perguntou surpreso. Os olhos de Valentina
pareceram brilhar como criança e eu tratei de fechar o capô do carro e limpar
enquanto ouvia Demi gargalhar atrás de mim.
— Eu pensei que ela fosse a única louca. Parece que seu amigo também é. —
Disse Demi agora ao meu lado. Sorri com as palavras dela. Mal ela sabia que
loucura não era palavra suficiente para descrevê-lo.
— Almas gémeas? — Perguntei olhando-a. Ela hesitou um pouco em responder e
eu gostei da ideia de ela pensar que eu podia estar referindo-me a nós. Era
errado, mas eu gostava pra caralho.
— Talvez. — Respondeu depois de olhá-los. Uma tensão começava a formar-se
e eu queria arranjar uma forma de mudar isso. — O que fez no meu carro? — Perguntou
estranhamente calma. Ótimo.
— Apenas alguns ajustes antes que capotasse na próxima curva. Ele
realmente precisava Demi. Eu não estava falando aquilo por capricho. Seu carro
não era seguro daquele jeito. — Expliquei.
— E agora?
— Está bom por uns tempos, mas mais tarde ou mais cedo ele pode deixá-la a
pé. Ele não pode durar para sempre. — Respondi com um meio sorriso. Normalmente
mulheres não entendem esse tipo de coisa, mas fiquei satisfeito por Demetria
entender.
— Quanto eu te devo? — Perguntou depois de suspirar. Encarei-a incrédulo e
ignorei-a sem acreditar que ela tinha perguntado aquilo. — Hey, o que foi?
— Como se sentiria se eu perguntasse quanto te devo depois de termos
transado? — Perguntei bem próximo a ela. Mantive a voz baixa e o olhar incrédulo
que recebi dela fez-me ver que ela ainda não tinha percebido como as coisas
funcionavam.
— Isso não tem nada haver. São coisas diferentes. — Falou. — Eu não
acredito que falou isso.
— Exatamente Demi! São coisas diferentes, mas são duas coisas que eu gosto
de fazer. Para mim não tem preço. — Rebati frustrado. Ela encarou-me por breves
segundos e então um sorriso bobo apareceu, me fazendo sorrir também.
— Você gostou de transar comigo. — Falou. Não era exatamente aquilo que eu
me referia, mas não era mentira.
— Sim. E eu quero fazer de novo e de novo e de novo. E de novo. — Disse
olhando em seus olhos. Será que ela ia entender? — Escuta Demi. Eu não fiz isto
para receber algo em troca. Mecânica é uma das coisas que eu mais gosto de
fazer. Não quero pagamento. Assim como não quero que você coloque preço no quer
que seja que a gente tem. — Tentei explicar.
— Não é uma relação. — Disse ela apressada. Sorri do seu nervosismo e vi
novamente o que eu já tinha percebido há um tempo.
— Eu sei que você não quer compromisso. Tudo bem por mim. — Falei dando de
ombros. Ela sorriu agradecida e beijou meu rosto. Uma estranha tensão abateu-se
sobre a gente e resolvi que a melhor forma de aliviá-la era envergonhando-a. —
Então... Sex-shop? — Perguntei com um sorriso malicioso.
— Para! — Pediu rindo ao mesmo tempo em que voltava a ruborizar.
— É uma ótima loja para comprar presentes de aniversário. — Falei
deixando-a ainda mais envergonhada. — Meu aniversário é daqui a duas semanas. —
Revelei.
— Sério? — Perguntou surpresa. Assenti em resposta e vi-a aproximar-se
novamente. Recebi um selinho quase casto se não fosse pela mão dela apertando
meu braço de forma sinuosa e sorri ao senti-la distribuir beijos por meu rosto.
— Vou pensar no seu caso então. — Falou saindo de perto e arrastando Valentina
para dentro de casa.
— Cara, essa Valentina é uma deusa. Eu preciso que transar com ela! —
Falou Brandon me despertando do estado semi-duro que Demi fez o favor de
deixar.
— Esquece cara, aquela lá é fogo. Você não dá conta. — Falei começando a
arrumar as ferramentas.
— Como sabe? — Perguntou desconfiado.
— Não sei. Talvez eu passe apenas a maior parte dos meus dias com Demetria
Lovato, melhor amiga de Valentina. Eu meio que fico a par das situações. —
Falei óbvio.
— Eu dou conta dela. Tenho que fisgá-la. Ela me fascinou. — Falou todo
bobo.
— Cara, para fisgá-la você precisa ter o Pénis de Ouro. — Falei rindo.
— A gente consegue não é Brandon Júnior? — Falou.
Ri da cena do idiota e sorri ao perceber um fato que eu não tinha entendido
até agora. Eu era o Pénis de Ouro da Demi. Puta merda!
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