07/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 25º Capítulo (+18)


Entrei porta adentro e procurei por Joseph. Olhei na sala e na cozinha, mas por estar tudo apagado conclui que ele devia estar dormindo. Descalcei-me e caminhei até ao quarto sentindo meu coração pulsar contra o peito. Eu estava ansiosa e muito nervosa com a reação de Joseph ao ver-me de volta a casa. Não é surpresa que eu tenha voltado a correr assim que ele disse que me amava.
Quando entrei no quarto vi Joseph parado junto à janela. Ele estava vestido apenas com uma boxer preta e ainda se viam pequenas gotas de água escorrendo por suas costas por causa do banho recente. Senti minha garganta fechar ao ficar com medo de que tudo aquilo fosse me machucar mais ainda. Ele tinha dito que me amava e eu queria ouvir as mesmas palavras com ele me olhando nos olhos.
— Joseph. — Chamei baixo no silêncio do quarto. Ele virou-se para me olhar rapidamente e logo estava segurando meu rosto com as duas mãos.
— Desculpa. — Pediu nervoso. — Me desculpa por não ter dito antes. Desculpa por não ter percebido e por não ter te impedido de partir. Não faz isso de novo, por favor. Não sai assim. — Falou beijando meus lábios levemente enquanto me segurava firmemente.
— Apenas diga de...
— Eu te amo! — Falou me interrompendo. Senti lágrimas idiotas escorrendo por meu rosto e sorri quando ele as limpou.
— Porque demorou tanto? — Perguntei abraçando-o pela cintura.
— Porque eu sou um idiota. — Respondeu me dando um selinho.
Suspirei quando ele juntou seus lábios nos meus novamente e puxei-o pela nuca para aprofundar o beijo. Já fazia um tempo que eu não sentia um beijo daqueles e foi impossível não gemer quando ele me apertou contra ele. Quando a necessidade de ar se fez sentir separei-me dele apenas para recuperar o fôlego. Acariciei seu peito nu e vi sua pele arrepiar com o meu toque. Eu tinha saudades do seu corpo e de cada suspiro de prazer que ele me provocava. No entanto, desta vez ia ser diferente porque eu sabia que ele me amava.
— Faz amor comigo. — Pedi quase inaudivelmente.
Joseph não sorriu, mas eu sabia que ele queria aquilo também e faria aquela noite ser especial como nenhuma outra fora. Arfei quando senti suas mãos segurarem minha cintura por baixo da blusa e agradeci mentalmente por já ter tirado o casaco e os sapatos na sala. O toque de suas mãos frias em contato com a minha pele quente fez-me arrepiar e eu segurei seus ombros para não perder o equilíbrio. Joseph sabia o que cada toque provocava em mim e eu sabia que ele usaria seu dom.
Suas mãos percorreram minha pele até meu ventre e percebi que ele começou a desabotoar cada botão minúsculo de minha camisa social. Pareceu uma eternidade até que o último botão fosse desabotoado, mas os lábios de Joseph no vale dos meus seios lembraram-me do quão rápido aquilo podia acabar. Senti meus joelhos fraquejarem quando ele subiu os lábios e mordiscou levemente meu colo e como reação segurei-me em seus braços fortes.
Logo minha blusa tinha deslizado por meus braços e logo seus dedos hábeis atingiam o zíper da minha saia de cintura alta. Quando dei por mim estava com uma roupa interior comum e nada sexy para a ocasião juntamente com uma meia calça de vidro que só iria atrapalhar a chegada do momento. Joseph pareceu não se importar, no entanto.
— Você sabe o quanto é linda? Tem noção disso? — Perguntou acariciando minhas costas com delicadeza.
— Não sou a pessoa mais sexy neste momento. — Falei envergonhada. Vi-o dar um meio sorriso e questionei-me sobre onde estaria a piada.
— Você não precisa de uma langerie sexy para ser linda para um homem. — Falou subindo as mãos até ao fecho do meu sutiã preto e sem graça. — Você só precisa ser você mesma e neste preciso momento só precisa ser minha. — Disse com uma voz rouca.
Senti meu corpo estremecer e segurei-me mais nele quando o sutiã foi retirado. Suas palavras faziam-me sentir a mulher mais especial do mundo e naquele momento eu começava a acreditar que era mesmo.
Sentindo os lábios de Joseph novamente nos meus, tropecei brevemente quando ele nos encaminhou à cama. Ri entre o beijo e logo estava deitada com o corpo dele sobre o meu. Equilibrando o peso de seu corpo, Joseph colou sua pele na minha e ouvi-o gemer em minha boca quando meus seios tocaram sua pele. Sua língua enroscava-se na minha e suas mãos exploravam meu corpo com carinho. Um carinho que ele nunca usara antes.
Joseph nunca foi bruto no sexo e sempre foi cuidadoso, mas desta vez eu sentia-o muito mais ligado a mim e não era apenas pela delicadeza de seus toques. Eu sentia que Joseph era meu e sentia pela primeira vez que podia ser totalmente dele que não iria me arrepender. Por isso estávamos fazendo amor e não apenas sexo. A gente se amava!
— Demetria. — Ouvi-o chamar enquanto beijava meu pescoço.
— Hum.
— Você quer mesmo isso? — Perguntou parando para me olhar.
— Quero. — Respondi olhando em seus olhos. Ele ainda me olhava e eu acariciei seu rosto carinhosamente. — Eu sei que você sente isso também. — Sussurrei.
— Sim. Eu nunca quis tanto você como agora e nunca foi tão diferente. — Murmurou encostando sua testa na minha.
Sem falar nada puxei-o para mais um beijo e entrelacei meus dedos em seu cabelo sedoso. Joseph mordiscou meu lábio e levou suas mãos até à beirada da minha meia calça de vidro. Seus lábios fugiram dos meus em seguida e eu gemi frustrada, amaldiçoando a maldita meia calça.
Joseph sorriu ao ver-me bufar de impaciência e tirou a peça juntamente com a calcinha. Ele fazia questão de me tocar de forma lenta e possessiva. Uma lentidão que me fazia queimar a cada centímetro de pele que ele descobria. No fim, apenas restava ele de joelhos aos meus pés e eu arqueando meu corpo, implorando por ele.
Senti um arrepio na espinha quando suas mãos subiram por minhas penturrilhas, desenhando cada contorno do meu corpo. Sentia-me como uma peça de arte. Algo admirável e inusitadamente exposto. Algo que só ele pudesse tocar. Como nunca ninguém tocou. Suspirei ao sentir seus lábios em meu joelho e gemi quando ele apertou minha coxa esquerda. Aquelas mãos já eram conhecidas para mim, mas de alguma forma tudo era diferente agora.
— Joseph. — Implorei. Eu não queria que ele continuasse adiando o que tanto ansiava. Queria que ele me tomasse para ele e me fizesse sua.
— Calma bebé. — Sussurrou voltando para meus lábios.
Puxei-o para um novo beijo e percorri suas costas largas. Senti os músculos firmes sob minhas mãos e ouvi-o gemer quando instiguei meu quadril contra o dele. Repeti o movimento e desci os beijos para seu pescoço. Gemi com o arranhar de sua barba.
— Eu quero... — Comecei apertando-o contra mim. — Eu quero você. — Pedi olhando em seus olhos.
Segundos depois já podia sentir sua ereção contra minha coxa. Arqueei meu corpo contra o dele com antecipação e esperei até que ele se moldasse ao meu. Sorri quando ele me invadiu. Lento, cuidadoso e paciente. Seus olhos encaravam-me e sorri ao ver o brilho que encontrei. Ele nunca tinha estado tão quieto ou intenso desse jeito. Nunca tinha sido tão real. A nossa fantasia tinha acabado.
— Demi. — Suspirou encostando a testa contra a minha. Senti-o mover-se lentamente, apreciando cada contacto de nossas peles. — Sempre minha. — Gemeu baixinho em meu ouvido.
Apertei seus ombros e entrelacei minhas pernas à sua volta. Senti-o ir mais fundo e chegar num ponto que me fazia estremecer. Eu o amava. Eu amava Joseph como nunca amei ninguém e eu tinha-o ali comigo, me amando da melhor forma que um homem pode amar uma mulher. Se não era amor, eu não sabia o que poderia ser. Naquele momento eu só queria dizer-lhe que o amava. Sem medos, sem frustrações e sem inseguranças. Não queria pensar no futuro, mesmo sabendo que ainda havia coisas por resolver. Naquele momento eu só queria saber dele.
— Não chore. — Ouvi-o pedir. Abri meus olhos para encará-lo e percebi que ele sentia o mesmo que eu. A intensidade era arrebatadora e mexia com cada nervo do meu corpo. Não tinha percebido que uma lágrima escorria. Sorri ao notar que não era a única. Joseph não sorria, mas eu tinha a certeza que ele se sentia da mesma forma. Aquela mistura de sentimentos e o prazer era demais para qualquer pessoa. Era surreal.
Pedi por mais. Gemi seu nome, beijei sua pele e acariciei seus cabelos com o máximo de carinho que eu poderia dar. Eu queria amá-lo e curá-lo de todas as mágoas. Beijei sua fénix e lembrei-me de suas palavras. “Quero poder amar e quero poder erguer-me se cair.” Oh sim. Ele seria capaz de tudo isso. Ele seria capaz de conquistar o mundo.
— Eu te amo. — Murmurei em seus lábios sabendo que estava perto. O vai e vem em meu corpo era frenético e eu sabia que tal como eu, Joseph logo atingiria o clímax.
— Oh Demi. — Gemeu segurando meu rosto com uma das mãos.
Senti seus lábios nos meus mais uma vez e retribui o beijo de forma ofegante. Meu corpo começou a se contrair e Joseph gemeu mais alto enquanto se enterrava com vigor. Mordi o lábio e segurei o grito que veio junto com um orgasmo arrebatador. Senti-o derramar-se dentro de mim e segurei-o contra o meu corpo, impedindo que ele desfizesse o contacto.
Senti seus olhos em mim e seu polegar em minha boca. Abri os olhos e o encarei com a respiração irregular. Parei de morder o lábio como ele pedia silenciosamente e sorri enquanto ele beijava meu rosto, deitando-se em meu peito em seguida. Não me preocupei com o fato do meu coração bater compulsivamente contra o meu peito e muito menos com o fato de Joseph poder senti-lo. Eu também sentia o dele. Não sei exatamente por quanto tempo permaneci assim, com ele ainda dentro de mim. Apenas sei que adormeci em seus braços, ouvindo-o dizer que me amava.

Joseph’s POV

Olhei o rosto de Demetria que agora descansava em meu peito e fechei os olhos, beijando sua testa. Não faltava muito para chegar a hora de ela levantar e eu não queria que ela soubesse que eu não tinha pregado olho. Fiquei toda a madrugada olhando-a, abraçado a ela enquanto pensava no que iria fazer. Eu não podia fazer aquilo com ela. Não era justo e eu não queria. Não queria que ela me odiasse. Não. Eu queria que ela me amasse como fez há algumas horas atrás. Eu quero que ela seja minha.
— Joseph. — Ouvi-a sussurrar em seu sono. Acariciei seus cabelos mais uma vez e vi-a ajeitar-se em meu peito enquanto se enroscava mais em mim.
Eu iria contar a verdade. Não iria esconder mais nada dela. Não queria que houvesse segredos entre nós. E mesmo que isso possa ser a coisa mais estúpida que eu vá fazer, ela merece saber a verdade.
— Bom dia. — Sussurrou depois de se remexer. Esfregou os olhos e levantou a cabeça para me olhar. Dei-lhe um selinho.
— Bom dia. — Respondi abraçando-a apertado. Eu queria aproveitar cada segundo que eu ainda tinha com ela.
— Acordou há muito tempo? — Perguntou voltando a deitar em meu peito.
— Algum. — Respondi simplesmente. Vi-a suspirar e nesse momento soube que ela queria conversar. — Podemos conversar durante o café da manhã? — Perguntei querendo adiar o momento.
— Sim. — Respondeu querendo voltar a dormir. Não a impedi. Ainda estava pensando em como contar toda a verdade.

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Acabei de fazer o café e tirei as torradas para um prato. Senti braços me rodearem e dei um meio sorriso ao sentir um beijo de Demi em minha nuca.
— Hum. Senhor Joseph está muito prendado. — Brincou com um sorriso radiante.
— Vai dizer que já posso casar? — Perguntei querendo entrar na brincadeira.
— Com certeza não. — Falou rindo em seguida. A campainha tocou e vi-a ficar confusa. — Deve ser algum vizinho. Já volto. — Disse me dando um beijo rápido.
Terminei as panquecas que estava fazendo e terminei de fritar o bacon. Ouvi Demetria falar com alguém na porta de entrada e ouvi quando ela fechou a mesma. Não me surpreendi ou ouvi-la gritar da sala.
— Era a vizinha tarada. Veio devolver aquele tapete que Zeus fez o favor de...
Desliguei o fogão e limpei as mãos. Demetria não tinha terminado a frase e não tinha voltado à cozinha. Caminhei até à sala e vi-a parada perto do sofá com um papel nas mãos. Ela lia o conteúdo atentamente e vi seus olhos marejarem. Aquela era a minha carta de boas-vindas à faculdade.
— Que merda é essa, Joseph? — Perguntou com raiva. Ela ainda segurava a carta branca com o símbolo da faculdade.
— Me deixa explicar. — Pedi me aproximando devagar.
— Me deixa explicar o quê? O que tem para explicar? Esqueceu o que está escrito nesta carta? Quer que eu te lembre? — Perguntou irónica. Fechei os olhos ao ouvi-la citar as palavras anunciadas na folha de papel. — “Caro Joseph Adam Jonas, é com todo o prazer que informarmos que foi aceite na Faculdade de Mecânica...”! FACULDADE JOSEPH? QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO? — Gritou largando a carta na mesa de centro. Levei as mãos à minha cabeça e deixei-me ficar em silêncio por breves segundos. — Quando você decidiu? — Perguntou num tom de voz baixo.
— Antes de vir morar com você. — Respondi. O que me restava agora era falar a verdade.
— Eu não acredito! — Sussurrou incrédula. — Quando você se candidatou?
— Fiz o teste de admissão no começo da semana. — Falei. Eu pensava que já tinha visto mágoa nos olhos de Demetria Lovato, mas quando ela ouviu as minhas palavras e levantou o rosto, eu vi algo que nunca pensei ver nela. Frieza. — Me escuta, por favor. Eu não vou mais para a faculdade. Eu não quero te deixar. Não quero fazer isso e eu sei que pode não me perdoar, mas eu não quero ficar longe de você. — Apressei-me a dizer. Ela parecia ter entrado em algum estado de dormência e eu comecei a ficar desesperado. — Demi, por favor. Eu te amo. Eu não quero perder você. Eu não quero!
— Você fez o teste depois de... Depois... Depois de eu ter dito que... Você mentiu. — Ela estava desnorteada e por momentos pensei que ela fosse desmaiar. Aproximei-me dela e tentei segurá-la, mas ela afastou-se bruscamente. — NÃO TOCA EM MIM! — Gritou chorando. Vi-a soluçar e agarrei meus cabelos. Não! Não! — EU TENHO NOJO DE VOCÊ! TENHO RAIVA DE VOCÊ! EU QUERO QUE VOCÊ SUMA DESSA CASA E DESAPAREÇA PARA SEMPRE! EU ODEIO VOCÊ!
— Demi, por favor... — Implorei tentando chegar perto dela. Levei um tapa na cara e senti meus olhos arderem. Não era pelo tapa, mas sim por suas palavras.
— NÃO CHEGA PERTO DE MIM! — Continuou gritando. — EU TE ODEIO! EU QUERO VOCÊ FORA DESSA CASA E NÃO QUERO QUE VOLTE NUNCA MAIS! SAÍ! SAÍ DAQUI!
Segurei seus braços para que ela parasse de me estapear e olhei em seus olhos. Estavam vermelhos e úmidos devido ás lágrimas. Suspirei e soltei-a lentamente enquanto ela caia no sofá e se abraçava, balançando como uma criança indefesa.
— Demi...
— Saí. — Sussurrou. —Apenas leva o carro e saí. — Ordenou sem me olhar.
Limpei minhas lágrimas e caminhei até ao quarto. Arrumei tudo o que tinha levado e voltei à sala. Demetria estava no mesmo sitio, mas desta vez eu não ouvia os seus soluços. Ela apenas chorava em silêncio, como se o nó em seu peito fosse grande de mais para permiti-la gritar de novo.
Saí pela porta e abri a garagem. Entrei no carro e saí disparado em direção à casa dos meus pais. Toquei a campainha e agradeci mentalmente por ter sido minha mãe a abrir a porta.
— Joseph! — Exclamou. Não sabia se era surpresa ao ver-me ali ou surpresa pelo meu estado deplorável. Talvez seja pelos dois. — O que aconteceu? — Perguntou ainda segurando a porta.
— Eu... Demi... Acabou mãe. —Sussurrei voltando a sentir as lágrimas escorrerem.
— Joseph. —Sussurrou.
Fui puxado para um abraço e apertei minha mãe com força, escondendo meu rosto em seu ombro como costumava fazer quando era criança. Senti suas mãos delicadas em meu cabelo e soltei tudo o que estava sentindo sem me importar se estava dando show ou não. A verdade é que eu tinha perdido Demetria e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar isso. Acabou.

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