— Jonas! — Chamou Scott
quando chegámos lá. Ele já não me segurava pelos ombros e Joseph não estava em
lugar nenhum. Estava apenas uma mulher da minha altura, com cabelos escuros e
atados num coque prático. Usava uma regata azul e leggins pretas. Ela era linda
e o seu sorriso para mim foi igualmente belo. — Oi Alice. Cadê o Joseph?
— Aqui debaixo do
carro idiota! — Ouvi-o responder. Sua voz saiu abafada, mas fez-me estremecer.
Fazia tanto tempo que eu não ouvia aquela voz. — Que história é essa de você
andar pela faculdade com uma gata do seu lado? Todo o mundo sabe que você é
virgem garoto! — Ouvi-o dizer. Vi a tal Alice gargalhar e vi Scott ficar
vermelho.
— Alice não sabia!
Obrigada por espalhar! — Agradeceu ironicamente. — E é uma gata sim, mas estava
à tua procura. Sai daí! — Pediu. Vi-o sair debaixo do carro e limpar o suor à
regata preta que estava usando. Os músculos de seus braços contraíram-se e eu
agarrei mais a camisola ao sentir meu corpo vibrar. Graças a Deus ele ainda não
me tinha visto.
— Desde quando é
que... — Ele não terminou sua frase e eu fiquei congelada sob o seu olhar
assustado.
Ele estava mais lindo
do que alguma vez já esteve. Sua pele morena estava ainda mais escura devido ao
bronzeado do verão recente e seus músculos notavam-se mais sob a roupa. Suas
mãos sujas de óleo e as gotas de suor escorrendo sobre seu rosto e pescoço
fazia-o ainda mais másculo do que já era. Aproximei-me uns passos e percebi que
Alice puxava Scott para fora. Deixando-nos a sós. Suspirei ao ficar à frente
dele e segurei a camisola dele com mais força em minhas mãos. Como se de alguma
forma isso fosse dar-me força e coragem para o que eu precisava fazer.
— Oi. — Disse
quebrando o silêncio que se instalava sobre nós.
— Oi. — Ouvi-o dizer.
Ele estava sério e não mostrava qualquer reação além de surpresa ou até
incredulidade. Estava começando a achar que levaria um pé na bunda.
— Eu... Eu tenho algo
que te pertence. — Falei tentando não gaguejar. Levantei a camisola e
mostrei-a, vendo o olhar dele caíram sobre ela. Seu sorriso fez-me relaxar os
ombros, mas eu ainda podia levar um pé na bunda.
— Você atravessou três
estados para me devolver uma camisola que eu deixei na sua casa de propósito? —
Perguntou cruzando os braços sobre o peito. Seus músculos retesaram-se e meu
ventre também. Porra!
— Eu sabia que tinha
sido de propósito. Tinha que ser coisa sua. — Falei mais relaxada com o sorriso
dele. — Eu... Senti a sua falta. — Confessei demonstrando medo. Ele percebeu e
aproximou-se, ficando muito próximo.
— Eu tinha razão.
— No quê? — Perguntei
confusa.
— Você é capaz de
conquistar o mundo. Você corre atrás do que quer. — Falou se aproximando mais
um pouco. Senti sua respiração em meu rosto e estremeci quando o vi lamber os
lábios. — Se importa com a graxa e com o suor? — Perguntou quase colando os
lábios nos meus.
— Não. — Respondi
rapidamente.
Saudade. Muita saudade.
Num segundo sua respiração se misturava com a minha e no segundo seguinte suas
mãos seguravam minha cintura e me puxavam para ele. Seus lábios tomaram os meus
com urgência e eu suspirei ao levar minhas mãos aos seus cabelos. A camisola
caiu em algum sítio no chão, mas eu não me importei. Eu teria muitas daquelas
para fazer de pijama daqui para a frente.
Joseph mordiscou meu
lábio inferior e uma onda de arrepios passou por meu corpo. Entreabri os lábios
e deixei que ele invadisse minha boca com sua língua quente e molhada. Gemi
apertando-o contra mim e senti-me ser levantada do chão com suas mãos em minha
bunda. Ele apertava tão forte que eu sentia uma dor gostosa. Aquela sensação de
pertencer a ele voltou. Quando não havia mais ar que pudesse sustentar aquele
beijo, separei-me lentamente, dando vários selinhos seguidos sem nunca
largá-lo. Suas mãos ainda estavam na minha bunda.
— Eu também senti a
sua falta. Muito. — Sussurrou roçando a ponta de seu nariz com o meu. Senti-me
derreter com as suas palavras.
— Pensei que nunca
mais fosse dizer. — Disse dando-lhe mais um selinho. Meu coração batia forte
contra o peito e eu podia sentir que o dele não estava diferente.
— Então... Scott? —
Perguntou com um sorriso brincalhão.
— Ele é um cara legal.
— Falei dando de ombros. — Deu para uns pegas. — Eu estava com muito boa
disposição para brincar.
— Uns pegas? Como
assim Demetria Lovato? — Perguntou se afastando repentinamente. Ué! Estava
brincando! Gargalhei ao vê-lo emburrado e puxei-o para um abraço. Suas mãos foram
parar na minha bunda de novo.
— Não dei pega nenhum.
— Falei vendo-o sorrir convencido. — Mas ele foi um cavalheiro e me ajudou a
atravessar um mar de piranhas.
— É, a única fêmea que
costuma andar por aqui é a Alice. Ou o Teddy. — Falou rindo. Olhei-o com uma
sobrancelha erguida. Eu tinha gostado de Alice no primeiro segundo e não a
considerava uma ameaça, mas Joseph não precisava saber disso! — Alice é como
nossa irmã caçula. Ela é a única garota estudando na faculdade neste momento e
quer a todo o custo criar uma fraternidade feminina. Ou mista. Coisa dela sobre
querer mostrar o poder feminino. — Explicou dando de ombros. — E Teddy é gay.
Odeia mulher, mas age como uma na maior parte das vezes.
— Certo, eu gostei da
Alice, mas já não gostei do Teddy. — Disse fechando a cara. Foi a vez dele rir.
— Ele é um amigo
legal. — Falou por fim. Sorri olhando-o a acariciei sua nuca. Em seguida
segurei seu maxilar e observei a Fénix. Exatamente igual como tinha deixado da
última vez. Beijei-a levemente e voltei a olhá-lo. Ele tinha um sorriso lindo
no rosto. — Nós temos tudo para dar certo desta vez? — Perguntou puxando meu
traseiro para ele fazendo-me levantar e beijá-lo.
— Sarah foi legal
comigo.
— O que isso quer
dizer? — Perguntou confuso.
— Quer dizer que eu
fui promovida e declarada gerente de uma nova filial aqui na cidade.
— Então você se mudou
para cá? — Seus olhos brilhavam e meu peito encheu-se de felicidade.
— Eu quis fazê-lo. Eu
tinha esperança que... A verdade é que eu ainda te amo Joseph. Eu não quero
ficar longe de você e mesmo com um medo enorme de levar um pé na bunda, eu
tinha que saber se havia uma chance para nós. — Falei de uma vez.
— Você criou uma. —
Disse voltando a me beijar. — Tem uma coisa que eu quero ver. — Murmurou me
virando de costas para ele. Senti-o colocar os meus cabelos para o ombro
esquerdo e arfei ao senti a sua respiração em minha nuca. Eu sabia que ele não
encontraria nada ali. — O seu 40 desapareceu. — Murmurou passando o dedo atrás
do meu pescoço.
— Era uma tatuagem
temporária. — Lembrei.
— E eu nem fiquei
quarenta dias com você. — Falou tristemente. Virei-me para ele e sorri
acariciando seu rosto perfeito.
— Foi tempo suficiente
para eu achar o homem para casar e ter filhos. Foi o suficiente para que eu me
apaixonasse por você. — Declarei.
— Me perdoa por todas
as besteiras que eu fiz? — Perguntou colando sua testa na minha. Afastei-me e
virei-me de lado, subindo a regata e baixando um pouco o tecido do sutiã. A
palavra Forgiveness apareceu numa
delicada caligrafia. Seus dedos tocaram minha pele levemente e seus olhos me
olharam novamente enquanto eu me recompunha.
— O tempo ajudou-me a
perdoar cada uma delas. — Falei abraçando-o novamente. — Eu te amo Jonas. E eu
quero ficar com você.
— Você fez uma
tatuagem verdadeira. — Afirmou ainda chocado.
— Sim. Eu não resisti
a voltar a onde você me levou. Visitei Lizzie e fiz a tatuagem. Exatamente como
você me falou que deveria ser. Discreta, pessoal e sincera. Esta palavra
significa muito para mim e eu não estou a pensar deixar você fugir de novo.
— Eu te amo bebé. —
Falou olhando-me com carinho. Sorri pelo apelido carinhoso e beijei-o
brevemente. — Mas e o seu pai? — Perguntou quando o beijo terminou.
— Namorando Sue.
— Zeus?
— Sendo mimado dia
após dia.
— Valentina?
— Torturando Brandon.
— Travis?
— Vivendo um Romeu e
Julieta.
— Você? — Perguntou
roçando os lábios nos meus.
— Sendo inteiramente
sua. — Declarei.
Ri quando ele me pegou
pela bunda e me fez saltar para seu colo e sorri juntando meus lábios com os
seus. Não precisava de um rótulo e não precisava de um pedido oficial para
saber que ele era meu e que eu era dele. Nos pertencíamos mutuamente, mas a
gente se amava acima de tudo. Não importa se nos apaixonámos em quarenta dias
ou menos. O que importa é que eu faria tudo de novo e não me arrependeria. Até
porque eu encontrei o meu Pénis de Ouro.
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