Joseph’s POV.
Acordei com o tocar da
campainha e olhei Demi deitada ao meu lado. Sorri ao vê-la dormindo e beijei
sua testa enquanto tentava me desenvencilhar de seus braços sem
acordá-la. Caminhei preguiçosamente até à porta da frente e xinguei Zeus por me
ter feito tropeçar e esbarrar na mesma. Abri-a fechando os olhos com a
claridade e encarei a figura há minha frente.
— Cadê a Demi? —
Perguntou Travis espreitando para dentro de casa. Encostei-me ao batente e
fechei mais a porta para mim, cortando sua vista.
— Ainda está dormindo e
não me parece que ela queira ser incomodada por você. — Respondi com um sorriso
malicioso no rosto.
— E quem é você para
achar alguma coisa, garoto do papai?
— Eu não acho, eu tenho
a certeza. Babaca!
— Olha, eu não quero
confusões, ok? Eu só quero falar com a Demi.
— Sobre?
— Não é da sua conta.
— Agora é. — Falei
satisfeito.
— Desde quando? —
Perguntou erguendo aquele queixo saído. Era bem desproporcional se olhar
atentamente.
— Desde que eu passei a
viver aqui e desde que tive intimidade para isso.
— Intimidade?
— Você é lerdo? —
Perguntei encarando-o.
— Me deixa entrar. —
Falou empurrando a porta. Segurei-a com firmeza e sorri.
— Não.
— Me deixa ver a minha
garota!
— Sua garota? —
Perguntei rindo. Seu rosto estava sério, mas muito engraçado. — Você não pensou
na “sua garota” quando comeu a Megan. Cai fora Travis. Você perdeu porque foi
idiota. — Falei deixando de achar graça. Prontifiquei-me a fechar a porta, mas
fui impedido.
— Eu perdi e você
ganhou. É isso que quer dizer? — Perguntou debochado. Se ele soubesse!
— Você acha que ela o
faria? — Perguntei erguendo as sobrancelhas.
— Não. Demi é demasiado
santa para se envolver com alguém em tão pouco tempo. Além disso, ela me ama. —
Ri das esperanças dele e encarei-o atentamente antes de dizer algo.
— Santa ela não é, mas realmente,
ela é boa de mais para você. Ou para mim. Segue em frente Travis. Se Demi ainda
te quisesse teria corrido atrás.
Não esperei que ele
respondesse e fechei a porta. A cara de idiota que ele fez mostrou que não
tinha qualquer argumento que pudesse contradizer o que eu tinha falado. Era
verdade. Demi lutava pelo que queria. Às vezes é preciso um pequeno incentivo,
mas ela vai. Se ela não foi é porque ela não quer.
Voltei para o quarto e
sorri ao ver que ela ainda dormia agarrada à almofada. Deitei-me ao seu lado e
ouvi-a murmurar o meu nome. Tirei a almofada e puxei-a para mim. Ela abriu um
pouco os olhos, mas eu abracei-a fazendo com que ela dormisse mais um pouco.
Não havia necessidade para ela acordar tão cedo. Além disso, ainda teria que
pensar se lhe contaria da visita de Travis ou não.
Sorri ao lembrar do que
eu já tinha sofrido ao viver com uma mulher, Demetria Lovato para ser mais
especifico, e sorri ainda mais ao lembrar do quanto eu gostava. Quer dizer, ela
era realmente legal de se conversar e agora era mais legal ainda. Ela é gostosa
e é muito boa de cama, mas também é boa de língua e tem um bom
cérebro. Sua personalidade é forte, mas fácil de lidar. Tal como qualquer outra
mulher, ela só precisava de um bom filme e de um bom sorvete, mas o simples
fato de ela gostar mais de falar do que aproveitar a sua “fossa” já me
conquistou.
Certo, eu prometi que
nunca mais me deixaria “encantar”, mas Demi era um pequeno ser com uma bunda
gostosa do qual eu gostava discutir. E quebrar alguma coisa se fosse possível.
A vida nunca seria um tédio com ela ao seu lado. Isso era um dos fatos que eu
tinha aprendido sobre Demetria.
— Joseph. — Ouvi-a
chamar baixinho. Fiz cafuné em seu cabelo e beijei sua testa.
— Aqui. — Falei no mesmo
tom.
— Que horas são?
— Hum, agora são...
Quase dez e meia. Não é tarde pequena. — Disse depois de olhar o relógio na mesa-de-cabeceira.
Senti que ela se enroscava mais em mim e sorri ao vê-la tão manhosa.
— Você vai dormir sempre
aqui comigo, né?
— Se você quiser. —
Respondi.
— Eu quero. E também
quero que você ature as minhas tpm’s e quero que aguente o meu stress ou mau
humor matinal. — Ri e entrelacei nossos dedos.
— Será um prazer.
— Também quero que me
limpe a casa, que me faça massagem e que limpe meu carro. — Pediu rindo. Fiz
uma careta ao ouvi-la mencionar a palavra carro.
— Err, uma coisa de cada
vez, sim? — Falei ouvindo-a rir mais ainda.
— Estou zoando idiota.
— Não me surpreendia se
estivesse falando a sério. — Brinquei.
— Hei! Não sou tão ruim
assim. — Falou levantando a cabeça para me olhar. Dei-lhe um selinho e
concordei.
— Não, você não é.
Permanecemos em silêncio
por um tempo, mas percebi que ela estava inquieta. Olhei-a e vi-a desviar o
olhar. Sorri ao ver que ela queria falar algo e incentivei-a.
— Lembra quando perguntou
o porquê de eu ter chegado tão cedo a casa no sábado?
— Lembro. E ainda quero
saber o porquê.
— Bem, eu e as garotas
fomos a um pub aqui na cidade e só depois disso é
que iríamos a uma boate. Quando a gente estava conversando Travis apareceu
e bem, o clima não ficou lá muito bom.
— O que ele fez? —
Perguntei me sentindo nervoso.
— Me chamou vadia e
chamou você de prostituto. — Disse fazendo uma careta.
— Bem, vadia você não é
e pelo menos eu sou um prostituto gostoso. — Falei sentindo um tapa em meu abdómen
em seguida. Ri da cara feia que Demi fez.
— Você não é um
prostituto. — Falou.
— Eu sei disso e você
também. É o bastante pra mim. — Disse dando de ombros. Eu não me preocupava
realmente com o que as pessoas diziam sobre mim desde que as mais importantes
soubessem quem eu era realmente.
— Sim, mas eu fui
idiota. Não revidei os insultos dele e acabei deixando que ele terminasse a
noite por ali.
— Você sentiu-se afetada
pelos insultos dele?
— Chocada. Eu não
esperava encontrá-lo lá.
— Não tem nada de mais
nisso. Tem certeza que Travis foi o único motivo para você ter vindo para casa
mais cedo? — Vi que ela hesitava em responder e logo percebi que não diria a
verdade.
— Sim, foi apenas esse.
— Falou sem me olhar. Sorri com a resposta dela e decidi contar da visita
inesperada.
— Eu não sei se era por
você estar gostosa de mais naquele vestido ou se foi pela falta de resposta,
mas Travis apareceu por aqui ainda há pouco. — Falei esperando que ela não
ligasse.
— O que ele queria? —
Perguntou olhando-me.
— Queria falar com você.
Você estava dormindo e eu não o deixei entrar. Não sabia se deveria, mas optei
por não deixar.
— Fez bem. — Falou.
— De verdade? —
Perguntei analisando-a.
— Sim. Eu não me importo
e é culpa minha por tê-lo feito pensar que sim. Se eu o vir uma próxima vez e
se ainda for necessário, eu explicarei.
— Então não fica brigada
comigo? — Perguntei para ter a certeza. Mulheres não são certas!
— Não. — Falou rindo.
— Ótimo! — Exclamei
alegre enquanto me levantava da cama animado. — Você vem comigo. — Falei
fazendo-a ficar de pé em cima da cama. Beijei cada uma das suas coxas e beijei
sua barriga. Sorri ao vê-la arrepiar. — Vamos aproveitar o sol fantástico que
me cegou quando abri a porta. Por muito que esta cama seja tentadora, eu
realmente quero aproveitar o dia com você. Logo você começa a trabalhar e eu
vou ficar no tédio. — Disse fazendo uma careta.
— Você pode ir visitar a
Sarah. — Falou maliciosa.
Não respondi à
provocação, mas sorri. Demetria Lovato não precisava saber que eu a preferia a
ela.
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