05/07/2014

Como se Apaixonar em 40 Dias - 13º Capítulo (+18)


Joseph’s POV

TPM. Tapa Poderoso no Macho. Devia ser esse o significado e não tensão pré-menstrual. Quer dizer, deve ser cientificamente provado que o homem sofre mais com isso do que a mulher. Olhem pra mim! Estou no sofá. De novo! Toda a mulher devia ter piedade do ser masculino nessa fase tão delicada, mas não. Elas apenas nos maltratam e nos tratam pior que cachorro. Não é justo com o meu ego!
Faz dois dias que a Demi está de mal comigo. Isso mesmo. DOIS DIAS! Como é possível que a neura de uma mulher dure tanto assim? Ela nem fala comigo! Nem me dá oportunidade de me desculpar. Mesmo que eu não queira, afinal, eu tenho razão! Tenho que defender o que me importa. Eu não quero que ela volte com o Travis e só fiz bem em deixar isso claro pra ela. Mas não! Parece que só percebe que eu estou intrometendo-me na vida dela. Eu não me iria intrometer se ela não deixasse!
— Joseph. — Ouvi baixinho. Suspirei e fechei os olhos. Aquela era a primeira vez que eu ouvia a sua voz em dois dias. Ela me castigou de mais.
— Dois dias Demetria. — Avisei magoado. Sim. Eu estava magoado de verdade. Que motivos é que eu dei para toda aquela cena no shopping? Dormir no sofá nem é o meu problema, mas não falar comigo já era de mais.
Permaneci deitado e voltei a encarar o teto enquanto ouvi-a aproximar-se. Senti seus dedos suaves tocando meu joelho e baixei-o instantaneamente, permitindo que ela fizesse o que quisesse. Depois de sentar-se em cima de mim senti-a deitar-se em meu peito nu. Seu rosto batia em meu pescoço e arrepiei ao sentir a respiração dela. Não a abracei ou confortei, mas também não a afastei. Eu gostava de tê-la junto a mim apesar de seus ataques.
Não sei quanto tempo passou, mas realmente não me importei. Sentir o calor do corpo dela novamente era algo que eu não tinha notado que sentira tanta falta e sem resistir acabei abraçando-a, apertando-a contra mim. Ela soltou um suspiro e senti seu corpo relaxar. Ela podia querer fugir o quanto quisesse ou fingir o que quisesse, mas eu sabia que ela me queria da mesma forma que eu a desejava. Não era apenas sexo e eu comecei a desconfiar disso depois de ter sonhado com ela.
Senti pequenos beijos na curva de meu pescoço e enrosquei minhas pernas nas de Demi. Ela apenas vestia uma calcinha e uma regata como de costume e por muito comum que aquilo fosse, eu não conseguia evitar o calor que percorria meu corpo cada vez que ela se acomodava em mim daquele jeito. Eu queria provocação dela. Queria que ela viesse até mim e me desejasse tanto quanto eu a desejo. Eu queria que ela mostrasse.
Vi-a elevar o rosto e olhar-me com intensidade. Não trocámos qualquer palavra, mas bastou ela se esfregar em mim de forma sinuosa para que eu a puxasse pela nuca e a beijasse com sofreguidão. Suas mãos subiram para meu rosto e puxaram-me mais ainda para ela. Estava sendo correspondido na mesma intensidade e só quando o ar faltou é que nos separamos. Demi sentou-se sobre minha excitação já visível sob o calção preto e tirou a regata com uma sensualidade que ela desconhecia. Ela estava na minha frente apenas de calcinha e não fazia a mínima ideia do quão tentadora ela estava. Sentei-me no sofá e olhei em seus olhos, querendo transmitir coisas que eu não sabia expressar com palavras. Não era amor. Ela podia ver isso e esse era o motivo por ela ainda estar ali. Ela não queria que eu me apaixonasse por ela e eu não hesitei em perguntar.
— Por que não me posso apaixonar por você?
— Você apenas não deve. — Sussurrou com o rosto afogueado e a respiração ofegante.
Eu podia ter insistido e fazer com que ela voltasse para o quarto e me ignorasse novamente, mas eu apenas queria tê-la em meus braços novamente. Rodeei-a com os braços e trouxe-a para debaixo de mim num movimento rápido. Agora eu estava no comando e a expressão dela mostrava-me o quanto queria isso.
Beijei seus lábios com paixão e deslizei minhas mãos por sua pele. Ela estava quente como nunca estivera e eu perguntava-me se ela estaria molhada de igual forma. Demi era sempre escaldante e apesar de ela não saber disso, eu faria de tudo para fazê-la ver o quão especial ela é. Não me refiro apenas a sexo. A personalidade dela. Suas mudanças de humor. Suas formas de agir. Ou sua mentalidade. Tudo nela me atraía.
Ouvi-a gemer meu nome quando abocanhei um de seus seios e intensifiquei as caricias quando senti sua coxa no meio de minhas pernas. Desci minha mão por sua barriga e adentrei a calcinha úmida. Mantive qualquer movimento lento e tortuoso e ver Demetria arqueando seu corpo só me dava mais vontade de fazê-la gemer de prazer. Eu queria que ela tivesse tudo o que desejasse. Queria dar tudo pra ela.
— Você é maravilhosa. — Falei em seu ouvido enquanto a invadia com um dos dedos. Ela estava tão pronta pra mim que me fazia sentir uma vontade incontrolável de me enterrar nela e não soltá-la nunca mais. — Tão perfeita.
— Joseph...
Livrei-me das roupas que restavam e beijei-a novamente enquanto a possuía com cada nervo de meu corpo. Ofeguei quando me encontrei em seu interior e mordi seu lábio ao lembrar que eu não estava usando camisinha. Demi fazia de tudo para que eu me movimentasse dentro dela e eu impedia, segurando seu queixo e fazendo com que ela me olhasse.
— Anti-concepcional. — Sussurrou me fazendo relaxar. Dei um meio sorriso ao perceber que estávamos seguros e estoquei dentro dela sem deixar seus olhos.
Era a primeira vez que eu me sentia tão ligado a ela. Tudo era intenso e isso não mudava, mas desta vez era diferente. Havia carinho apesar de toda a luxúria que nos dominava. Minhas mãos acariciavam sua pele e eu queria que ela sentisse cada aperto, cada caricia e cada onda de prazer que eu podia lhe proporcionar. Investi contra ela de forma a que ela sentisse cada fibra de meu membro. Queria que ela apenas pensasse em mim e me desejasse cada vez mais.
Foi uma surpresa quando a senti comprimir meu membro em seu interior e explodir num orgasmo intenso. Mordisquei a pele de seu ombro e estoquei com mais força ao senti-la se agarrar mais a mim. Ela estava tão satisfeita e ao mesmo tempo tão dependente. Eu queria satisfazê-la de novo e de novo.
— Oh Joseph. — Gemeu novamente quando busquei seus lábios. Desta vez eu poderia me afundar nela com pura luxúria. Podia dizer que ela era minha!
Meu suor escorria por minha pele ao mesmo tempo em que as unhas de Demi a arranhavam. Estava um calor infernal entre nós dois e eu fechei os olhos com força ao sentir que logo me libertaria dentro dela. Demetria gemia agora mais alto e sussurrava palavras desconhecidas pra mim. Senti que ela iria chegar ao clímax de novo e apressei-me a acompanhá-la. Aquilo tinha tido um efeito catastrófico em mim. Sem perceber exatamente como ou quando aconteceu, senti Demi se afastar. Um frio abateu-se sobre meu corpo e de repente encontrava-me novamente sozinho.

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Olhei o relógio do celular e suspirei ao ver que logo Demetria chegaria a casa. Não tínhamos falado sobre o que aconteceu na madrugada passada, mas eu não queria fugir mais. Tinha saído para correr na hora que ela costuma acordar. Quando voltei para casa ela já não estava. Por um lado fiquei aliviado já que não sabia como iria reagir, mas por outro não via a hora de vê-la de novo e conversar o que havia para ser falado. Eu não era mais um adolescente e Demetria claramente me tratava como um.
Tomei banho e fiz a barba. Quase me assustei ao ver minha expressão no espelho e percebi que devia ter tentado recuperar as horas que eu não dormi de noite. Demetria não apenas me confundia como também me consumia. Eu achava que ela já tinha provado o seu objetivo, mas aí ela vem e me surpreende de novo. Eu nunca sei o que esperar dela e isso me irrita. Eu nunca sei como agir.
Acabei de me arrumar e arrumei a sala que estava um pouco bagunçada. Não era meu costume se me perguntassem há um mês, mas agora eu apenas fazia. Isso tinha mudado também. Eu não era mais aquele garoto que dava festas todas as noites e se divertia com garotas diferentes toda a semana. Demi me domava. Terminei de saciar minha sede e esperei uns segundos depois de ouvir a chave na fechadura da porta da frente. Era Demi e eu imaginava que ela viesse cansada.
— Oi. — Cumprimentou parando na porta da cozinha. Não lhe respondi, mas meus olhos não saíram dela. Estava claro que ela tinha alguma coisa para dizer, mas também podia ver que ela estava travada de alguma forma. Quando a vi expressar uma cara de choro, aproximei-me dela e abracei-a. Eu não sabia por que ela estava chorando.
— Eu fiz algo tão ruim assim para que você me castigue dessa forma? — Perguntei depois que ela parou. Soltei-a para encará-la e esperei uma resposta, mas Demi olhava o chão em vez de me encarar como deveria. — Primeiro teve uma reação completamente agressiva naquele shopping. Ficou dois dias sem me dirigir a palavra e na noite passada fez o que fez. O que eu devo esperar de você agora? — Perguntei com amargura.
— Não deve esperar nada! Não quero ter que dar satisfações a você! Não quero que você ache que é alguém na minha vida! — Falou de repente. Fitei-a completamente atónito e fiquei parado enquanto a vi-a dar as costas. Ela era louca.
Saí da cozinha atrás dela e segui-a até ao quarto antes que fechasse a porta na minha cara. Vi seu olhar de raiva e obriguei-a a sentar na cama de frente pra mim. Agora ela me escutaria, mas antes disso eu precisava pensar no que dizer. Eu sabia qual era o seu medo, mas não queria que ela me tratasse daquele jeito. Não ia adiantar em nada e tenho a certeza que ela começava a notar isso.
— Por que me tratou daquele jeito depois que Travis apareceu? — Comecei por perguntar.
— Por que você não tem que decidir coisas por mim. Travis é meu ex-namorado e sou eu quem tem que decidir o que fazer. Você não pode querer ou não que eu volte pra ele. Você nem sabe por que eu aceitei conversar com ele! Eu já era independente antes de você começar a viver aqui e continuo sendo!
— E precisava de toda aquela cena? — Perguntei com raiva.
— Escuta, eu não estou nos meus melhores dias ta legal? Você é meu amigo Joseph, apenas isso. Não posso deixar que mande e desmande na minha vida como estava tentando. Não é legal.
— Eu não quero mandar na sua vida! Apenas acho que é muito estranho esse Travis voltar querendo conversa depois de tudo o que aconteceu! — Falei.
— Ao contrário de você Joseph, quando eu termino alguma coisa é para ficar terminado. Travis ainda não entendeu que não vai ter mais volta e eu vou fazê-lo entender quando ele vier até mim. — Explicou. — Eu não sou nenhuma adolescente e não gosto de coisas inacabadas. Ou termina ou não termina. — Disse.
— O que quer dizer com “ao contrário de mim”? O que está insinuando?
— Seus pais! Em vez de você ir até eles e conversar como gente adulta, você fica tendo atitudes imaturas como um adolescente rebelde apenas para chamar a atenção. Você consegue o que quer, mas não pela positiva.
— Fala a pessoa que me colocou pra dormir no sofá e não falou comigo durante dois dias. Irónico não? — Perguntei sarcástico. Demetria aproximou-se de mim e parou à minha frente, me olhando com uma raiva que eu nunca vira.
— Você mereceu! — Falou apontando o dedo na minha cara. — Você escolheu a pior semana do mês para fazer burrada Joseph. Não é minha culpa que você seja idiota. — Eu sabia que era TPM.
— Ah, cala a boca Demi. — Falei perdendo a paciência. Recebi um tapa no braço e olhei-a irritado.
— Não me manda calar a boca! — Avisou empinando o nariz.
Mesmo sabendo que poderia ficar com cinco dedos desenhados em meu rosto, puxei Demetria para mim e beijei-a nos lábios com uma urgência que apenas tínhamos em certos momentos íntimos. Ela debateu-se por uns segundos, mas quanto mais ela tentava se soltar, mais eu a apertava contra mim. Nesse momento eu soube que sempre seria assim. Entre tapas e beijos. E quando ela relaxou em meus braços pude finalmente suavizar e beijá-la com carinho. Quando a soltei olhei-a com um sorriso no rosto e puxei-a para um abraço enquanto ela se deixava levar com a confusão em sua mente.
— Eu sei qual é o seu verdadeiro problema e você não pode evitar algo que nós dois criámos. Você não pode desfazer algo tão grande assim e provou isso na noite passada quando me procurou. Por muito diferente que a gente seja, a gente se encaixa. E mesmo que você não queira uma relação, você não quer ficar longe. Por isso não consegue e por isso está tão confusa. Não foi por minha atitude no shopping que você ficou de mal comigo. Foi por que eu mostrei que não quero partilhá-la com ninguém e você gostou disso. Você gostou de saber que eu te quero só pra mim. — Disse por fim. Demetria arfava contra meu peito e eu não pude evitar fechar os olhos e aproveitar a sensação de ter os braços dela em volta de mim.
— Isso está errado. — Murmurou enquanto me apertava mais contra ela.
— Nós temos duas escolhas, pequena. — Falei com um meio sorriso.
— Da última vez que você me deu duas escolhas eu escolhi mal. Acabei com um namoro de dois anos. — Falou enquanto ria. Ri também ao lembrar. Não tinha sido tão errado assim.
— Se eu não tivesse te dado duas escolhas estaria sendo enganada até hoje. — Disse calmamente. Eu esperava um tapa, mas Demi apenas suspirou e se afastou para me olhar.
— Acho que não foi tão ruim assim. Posso escolher uma segunda vez. — Afirmou.
— Bem, a primeira escolha é deixar rolar. Viver um dia de cada vez e aproveitar um momento de cada vez sem pensar no dia de amanhã ou em rótulos que definam uma relação. Seriamos apenas nós e não amigos ou namorados. Apenas nós. — Falei destacando a ideia nas partes certas. Eu torcia para que ela escolhesse a primeira opção.
— Qual é a segunda? — Perguntou com um sorriso.
— Terminamos qualquer envolvimento intimo e seguiremos vivendo como antes. — Resumi sem grande vontade. Eu preferia que ela tivesse apenas uma escolha, mas eu não queria manipulá-la. Queria que ela se sentisse livre de escolher o que quisesse. Mesmo que eu quisesse ficar com ela.
— Hum. — Murmurou pensativa. — Isto é uma escolha para nós dois, certo? — Perguntou. Assenti em resposta e esperei uma decisão. — O que aconteceria se você escolhesse a primeira e eu a segunda?
— Eu me conformaria com isso. Nunca te obrigaria a nada que não queira. — Expliquei receoso. Por algum motivo eu não queria ficar longe dela mesmo estando tão perto. Demetria parou de me olhar por uns segundos e eu achei que ela estava pensando no que escolher. Quando ela sorriu e pegou minhas mãos eu relaxei e sorri. Ela ainda não tinha feito sua escolha, mas me dava paz.
— Sabe por que eu fui até você na noite passada? — Perguntou ficando vermelha de vergonha.
— Não. — Respondi me lembrando da forma como ela se juntou a mim. Eu gostava da ideia de que fosse mais do que tesão.
— Eu sentia a sua falta. Não apenas de seu corpo, mas de você. Do seu cheiro, da sua respiração, dos seus braços. Eu sabia que não conseguiria dormir se não tivesse você naquele momento e essa necessidade levou-me a fazer a loucura de transar num sofá pela primeira vez. — Falou beijando meu pescoço com carinho. — Nunca tinha sido tão intenso. Eu nunca me senti tão ligada com alguém e isso me pôs louca. Sumi de volta para o quarto e depois disso não consegui dormir de arrependimento por te ter deixado lá daquela forma. Eu me senti uma idiota e uma vadia.
— Vadia você não é e eu não permito que se chame assim. — Falei acariciando seu rosto.
— Sou só uma idiota então? — Perguntou me olhando. Sorri pra ela e respondi.
— Será se escolher a segunda opção. — Falei. — Eu quero você comigo. — Admiti.
— A primeira opção é tentadora. — Disse me dando um selinho. Olhei bem nos olhos dela e sorri ao ver que ela escolhera.
— Tem certeza que quer isso? — Perguntei inseguro. Eu não queria que ela se arrependesse.
— Tenho. — Respondeu simples. Seu sorriso era enorme e eu fiquei feliz por ver que ela sabia o que estava fazendo. Quando ia arrastá-la para a cama com o objetivo de fazê-la minha da forma que sabíamos melhor, ela tomou a iniciativa e me puxou para um beijo de tirar o fôlego. Apertei-a contra mim e ouvi-a gemer de dor.
— Hum, cuidado. — Pediu baixinho. Olhei-a confuso e excitado ao mesmo tempo. Ela me tornava insaciável. — Menstruação. — Avisou me deixando com cara de idiota. Eu sabia o que aquilo significava, mas ela poderia ter avisado antes de me atiçar. Vi-a sair do quarto e ouvi a porta do banheiro fechar-se. É, eu ficaria na seca alguns dias, mas pelo menos ela estaria comigo. Ela tinha escolhido a primeira opção e eu estava feliz por isso.

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