Magestic Incorporated, Dallas, TX
Joseph
estava sentado em sua cadeira lendo uns documentos quando escutou alguém bater
na porta.
—
Entre! — Ordenou. Viu Ashley entrar e suspirou. Não estava com a mínima
paciência para os dramas da assistente irritante. — O que você quer Ashley?
—
Quero saber porque me trata com tanta arrogância. Desde que você ficou
envolvido nessa história de encontrar a neta de Jason que você ficou estranho.
Joseph
riu do quão ridícula Ashley estava sendo e levantou-se indo até à garrafeira
para servir um copo de whiskey.
—
Quem
você acha que é Ashley? Minha mulher? Você é apenas minha assistente. O que
tivemos foi um caso de uma noite só, não se vai repetir. Nós não vamos casar e
muito menos viver felizes para sempre. Lide com isso.
—
Isso quer dizer que...
—
Ashley, apenas faça o seu trabalho sem me importunar.
Ashley
não disse mais nada, caminhou até à porta e preparou-se para sair, mas foi
impedida antes que pudesse.
—
Tem
mais uma coisa antes de você ir. — Disse com um tom de voz que fez Ashley prestar
atenção no mesmo instante. — Se eu vejo mais alguma atitude daquelas com
Demetria, a mulher que você ofendeu ainda há pouco, você vai passar a estar no
desemprego. Ao contrário do que outras pessoas pensam, eu sei a víbora que você
é. Você pode até mesmo ignora-la, mas se eu a vir ofendendo-a mais alguma vez,
você vai se arrepender de ter vindo trabalhar comigo, entendeu?
—
Entendi sim. Desculpe. — Pediu apressada.
—
Não é comigo que tem que se desculpar. — Cortou.
—
Mas…
Demetria ainda não saiu do escritório de Jason.
Joseph
franziu o cenho confuso. Como assim Demetria ainda não tinha saído do
escritório? Já se tinham passado horas.
—
Joseph, você sabe onde estão aqueles contratos das empresas Francesas? — Perguntou
Austin entrando porta adentro com os olhos postos em seu smartphone. Como não
obteve uma resposta curta e grossa como esperava, levantou a cabeça e viu a
expressão confusa no rosto de Joseph. — Algo errado?
—
Ashley, saia. — Ordenou Joseph num tom de voz autoritário. Assim que a mulher
saiu do escritório e fechou a porta, Joseph respirou fundo.
—
Resolveu te perturbar? — Perguntou Austin divertido enquanto apontava para a
porta. — Não me diga que ela é um problema.
—
Não, ela é tão insignificante que não chega a ter importância suficiente para
se considerar um problema. Já Demetria é um grande problema.
—
O que significa que ela tem uma grande importância na sua vida. Gostei disso
Jonas.
—
Deixa de ser imbecil Austin.
—
Eu só estou seguindo o seu raciocínio. Não me venha culpar por suas palavras. —
Disse fingindo inocência.
—
Então qual é esse raciocínio?
—
Você já foi mais inteligente Joseph. Presta atenção, se a Ashley é
insignificante para ter importância para chegar a ser um problema, então a
Demetria significa muito, o que faz com que ela tenha importância para ser um
problema. Se ela é um grande problema, ela tem uma grande importância.
Entendeu?
—
Eu nem me vou dar ao trabalho de responder a isso Austin.
—
Qual é Jonas! É difícil admitir que ela é importante pra você de alguma
maneira? Eu vi você olhando-a enquanto ela dormia na viagem de avião. Não é
possível que você tenha assim tanta raiva dela. Não tem motivo para isso.
Joseph
olhou-o pelo canto do olho e soltou um suspiro. Desde que Jason se fora que ele
não tinha um amigo para conversar sobre algo que não seja trabalho. Sabia que
podia confiar em Austin. Apesar de nunca terem tido uma amizade como ele tinha
com Jason, estava na hora de dar uma oportunidade.
—
Não quero que construa histórias na sua cabeça. As atitudes que tenho tido com
ela são por um motivo e eu não vou mudar isso. Vou continuar a pisá-la,
humilha-la até conseguir o que quero, mas não posso negar que ela é sim um
pouco importante. Jason pediu-me para que eu cuidasse dela como se ela fosse a
coisa mais frágil do mundo, mas ela não aparenta precisar de cuidados. Ela é
tudo menos frágil e a prova é que ela é a única que me desafia dentro desta
empresa e fora dela. Ela não me respeita e não me suporta. É determinada e sabe
aquilo que quer, e ainda sabe dar a volta por cima dos problemas.
—
Resumindo, ela é tudo o que você não queria acreditar que fosse. Eu te avisei
que a gente não a conhecia para julgá-la. As roupas que ela usa são o menos.
Ela é uma pessoa humilde Joseph. E você tinha os pensamentos errados.
—
Talvez, mas ainda posso estar certo. Ainda é cedo para tirar qualquer
conclusão. Ela só…
—
Deixa você confuso? — Interrompeu de braços cruzados sobre o peito.
Joseph
olhou-o e assentiu e pela primeira vez, Austin pode ver um Joseph diferente.
Não era aquele Joseph durão com o qual lidava todos os dias, era um Joseph com
uma muralha destruída, indefeso. Joseph percebeu o silêncio de Austin e logo se
recompôs.
Austin
sorriu e olhou para a mesa de Joseph que estava coberta de papéis.
—
Demetria não ia trabalhar com você? Onde ela está? — Perguntou confuso.
—
Ela estava a vir para o meu escritório quando teve um confronto com Ashley. Não
foi bonito e Demetria acabou apenas sorrindo e dando costas em direção ao
antigo escritório de Jason. Era o avô dela e por isso deixei que ela tivesse
seu espaço. Mas Ashley comunicou-me que Demetria está trancada lá dentro desde
então. Já fazem horas. Ia ver o que se passava quando você apareceu.
—
Então vamos logo.
Joseph
deixou o copo em cima da mesa de centro perto dos sofás e caminhou até à porta,
sendo seguido por Austin. Chegaram perto da porta e bateram. Ouviram uma voz
suave ordenando para que entrassem e assim fizeram.
Joseph
esperava encontrar uma Demetria de olhos vermelhos e cara inchada pelo choro da
humilhação, mas o que encontrou foi totalmente o contrário do que previa.
—
Olá de novo Austin. Ainda bem que é você. Preciso que me diga como está a
situação do financiamento para a nova filial em Washington, é você que está
dentro do assunto não é? A maior parte desses documentos estão assinados por
você. — Disse depois de olhá-los brevemente e voltar a olhar para os documentos
em cima da mesa. — Ah, e Joseph, era você e Jason que estavam dentro do negócio
com a RG, na Itália, certo? Eles estão interessados no nosso software e por
isso concordaram em assinar a colaboração entre as duas empresas. Jason já
tinha o acordo praticamente fechado. Só falta você fazer a sua parte que eu
desconheço. Era bom que me colocasse a par da situação.
—
Demetria, você está bem? — Perguntou Austin cautelosamente enquanto se
aproximava da mesa dela como se quem se aproxima de um leão feroz.
—
Estou ótima, obrigada por perguntar. — Respondeu sorrindo. — Meu avô era
realmente um homem inteligente. Ele deixou quase tudo pronto para mim.
—
O que quer dizer? E como teve acesso a esses documentos e ao computador dele.
Ninguém conhece as passwords. — Falou Joseph surpreso. Nem mesmo ele conseguia
aceder àquele tipo de documentação.
—
Volto a repetir Joseph, Jason era um homem inteligente e você com certeza sabe
disso. Ele deixou códigos e passwords, todos em um único sitio. Ele sabia que
eu os acharia.
—
Onde encontrou? No cofre dele? — Perguntou Austin, igualmente surpreso.
—
Tem um cofre? — Agora era Demetria que estava surpresa. Parece que seu avô
tinha guardado mais para ela do que aquilo que ela mesma esperava. Pela segunda
vez.
—
Sim, tem. Mas ninguém tem acesso a ele. — Respondeu Joseph se aproximando tanto
como Austin. — Como descobriu? — Perguntou de novo. Estava curioso para saber
que artimanhas Jason tinha usado. Sempre se divertira com os enigmas e segredos
do amigo.
—
Vocês são homens importantes na sociedade. São magnatas e estão mais que
habituados a ter tudo o que bem entendem. — Disse naturalmente. Viu os dois
homens confusos à sua frente e sorriu. — Joseph tem raiva de mim por eu não ser
como as mulheres que ele costuma lidar. Não gasto milhares de dólares em roupas
ou futilidades, sou humilde, honesta e sei como é a realidade fora destes
padrões de alta sociedade. Eu cresci num bairro de New Jersey. Agora olhem à
vossa volta. Se fossem vocês, onde esconderiam os códigos?
—
Esconderia na garrafeira de cristal. Ela pode ter um compartimento falso e
Jason apreciava uma boa bebida. Não que ele bebesse constantemente, mas… Apenas
apreciava. — Respondeu Austin orgulhoso.
—
Errado. — Disse Demetria rindo. — Eu não via meu avô desde que tinha uns seis
ou sete anos. Se o vi depois disso, bem, não foi recentemente. Ele tinha esta
fazenda aqui em Dallas, onde eu morei antes e ele sempre me levava para andar
de cavalo com ele. Ele amava cavalos.
—
Sim, ele amava isso. Sempre íamos nas corridas de cavalos quando tínhamos um
tempo livre. — Comentou Joseph perdido em memórias.
—
Como eu dizia, ele podia ser o homem que era antes de morrer, mas sempre foi
apaixonado pelas coisas simples. E parece-me que não cortou relações com o
passado.
—
O que quer dizer? — Perguntou Austin.
—
Eu e meu avô tínhamos a mania de escrever nas costas de cada fotografia ou
qualquer outra imagem que tínhamos. Eu era muito pequena e ainda não sabia
escrever muito bem, mas lembro de que conseguia desenhar e me expressava com
ele através de pequenos desenhos. Observem. — Falou levantando-se e caminhando
até à parede próxima da Joseph.
—
Este é um quadro que vocês possivelmente ignoram sempre que entram neste
escritório, mas não eu. — Falou apontando para um quadro pregado na parede que
mostrava dois cavalos puro-sangue negros correndo por um prado verde. — Meu avô
amava cavalos e eu aprendi a gostar deles com ele. Ele sempre soube que assim
que eu pusesse os pés neste escritório, a única coisa que iria chamar minha
atenção seriam esse quadro e a fotografia na moldura em cima da mesa. E como os
velhos hábitos não se perdem… — Falou pegando o quadro da parede virando-o ao
contrário. Joseph aproximou-se e observou fascinado a parte de trás do quadro.
— Ele escreveu os códigos aqui. — Falou indicando os números na beirada do
quadro. — Ele sabia desde o início que magnatas como vocês nunca iriam pensar
nisso. São fúteis demais para que possam pensar no simples. Mas sabia que eu ia
chegar lá. — Disse por fim colocando o quadro de volta na parede e voltando
para a mesa. — A mesma coisa acontece com esta fotografia. Esta mulher é minha
avó, nunca cheguei a conhecê-la, mas sempre ouvi coisas muito boas sobre ela. O
que ele fez no quadro, também fez na fotografia.
Demetria
sorriu olhando a fotografia e em seguida desviou o olhar para os homens à sua
frente.
—
Eu amo o tio Jason. — Disse Austin com uma cara de retardado que fez Demetria
gargalhar.
—
Ele sempre soube o que faz. Mas você disse que ele deixou quase tudo pronto pra
você, como assim?
—
Ele deixou contratos antigos, novos, pendentes e futuros prontos para que eu me
guiasse. Deixou um breve histórico das melhores negociações já feitas e deixou
tudo organizado de maneira a que eu me adaptasse rapidamente. Ele não quer que
eu perca tempo a explorar o desnecessário. Ele quer que eu siga as pisadas
dele, no topo.
Austin
sorriu, foi até Demetria e logo se envolveram no trabalho. Joseph observou-a e
sorriu brevemente antes de se juntar a eles. Demetria surpreendera-o e isso
deixou-o sem palavras pela primeira vez em bastantes anos.
Ficaram
a tarde toda envolvidos no trabalho até que chegou o final do dia e os funcionários
começaram a ir embora, incluindo os chefes.
—
Bem, eu já vou indo. Terminei tudo por hoje e o que me falta posso fazer em
casa. — Falou Austin acabando de arrumar suas coisas.
—
Tudo bem. Eu também já vou. Tenho que tratar de umas coisas em casa. — Adicionou
Joseph.
—
Eu vou ficar mais um pouco. Vou acabar de revisar estes contratos que faltam.
—
Demetria, o fato de ser presidente desta empresa não quer dizer que tenha que
ficar depois do horário de trabalho. Isso pode ser feito amanhã.
—
Não tem problema Austin. Eu ia para o hotel e ficaria sem nada pra fazer mesmo.
— Disse dando de ombros.
—
Tudo bem então. Fica bem ta?— Perguntou Austin aproximando-se e beijando-lhe a
testa. Demetria sorriu com o gesto mas ficou confusa com a demonstração de
afeto. Assentiu e viu-o caminhar até Joseph. — Descemos juntos? Estacionei
perto do seu carro.
—
Pode ir, vou ficar mais um pouco e depois vou. Preciso falar com Demetria.
—
Tudo bem. Demetria. — Chamou antes de se retirar do escritório. Demetria
olhou-o e sorriu. — Ótimo começo. — Falou piscando o olho. — Ah, Joseph, quando
eu chegar amanhã ao trabalho, espero que o edifício não esteja em cinzas. Sabe
como é, vocês dois pegam fogo e... — Austin interrompeu-se quando viu o olhar ameaçador
de Joseph e sorriu amarelo. Demetria sentiu-se corar. — E... Fui!
Querendo
eliminar o ambiente estranho que se tinha mantido entre ela e Joseph por causa
de Austin, Demetria recorreu ao trabalho.
—
Já que ficou mais um pouco pode me dizer porque esse contrato já está quase
fechado, mas não oficializado? O que está impedindo?
—
Não tente mudar o clima que Austin fez questão de deixar. Você não é boa nisso.
Você não me engana Lovato, não é possível que não tenha derramado uma única
lágrima depois da humilhação que Ashley a fez passar. Você não é assim tão
forte.
—
Porque se importa? — Perguntou encarando-o séria.
—
Tem mais coisas do que você pode imaginar no meio de tudo isso. — Falou
sustentando o olhar dela.
Demetria
olhou bem naqueles olhos castanho mel e sentiu-se aquecer por dentro. Estava se
amaldiçoando por deixar algo assim acontecer, mas sentia que não tinha o
controlo. Joseph estava demasiado perto, mesmo estando do outro lado da mesa, e
o cheiro de seu perfume era inebriante.
—
Então está admitindo que se importa? — Perguntou baixinho. Sabia que estava
escolhendo o caminho errado nesta conversa com Joseph, mas não podia evitar a
pergunta.
—
Admito que me importo com o futuro desta empresa, o que já não é novidade para
ninguém, você é apenas um detalhe no meio de vários. — Respondeu prontamente
sem olhá-la nos olhos.
Demetria
sentiu um pequeno nó a formar-se na garganta, mas logo tratou de se recompor.
Não entendia as reações que tinha perto de Joseph. Ele conseguia irritá-la e ao
mesmo tempo conseguia fazer com que seu corpo tivesse reações que ela não
estava segura se gostava. Era insano.
—
Sabe, você tem uma vantagem por tudo o que o seu avô lhe deixou preparado, mas
ainda tem muito que aprender. — Demetria sentiu que podia respirar fundo e
agradeceu pela mudança repentina de assunto.
—
Como por exemplo? — Perguntou interessada.
—
Você é pura Demetria? — Demetria arregalou os olhos com a pergunta e sentiu-se enrubescer.
—
Co... Como assim? — Gaguejou.
—
Você é virgem? — Perguntou agora impaciente.
—
Isso não lhe diz respeito! — Respondeu indignada sem olhá-lo. Era embaraçoso de
mais.
—
Com essa resposta posso concluir que o seja. E isso explica muita coisa. — Murmorou
agora analisando-a.
—
O que quer dizer? — Perguntou ofendida.
—
Quero dizer que é uma mulher puritana, literalmente, e que não sabe usar as
armas que tem. E ao contrário do que possa imaginar, eu sei o tipo de
assistente que tenho. Ela é falsa, mas não inteligente para me enganar. Ashley
foi repreendida pelo comportamento que teve com você, e antes que pergunte o
porquê de alguém assim trabalhar pra mim, eu respondo que é pelo seu corpo e
pela roupa maravilhosa que ela sabe escolher. Ela é sedutora e isso é bom para
o negócio. É necessário.
—
Como? Pode explicar isso? — Pediu agora horrorizada.
—
É Ashley que recebe os futuros colaboradores quando há uma reunião. É ela que
lhes oferece o café ou qualquer outra coisa que os deixe satisfeitos. Ela é uma
mulher bonita e isso chama a atenção deles. Causa uma boa impressão dela mesma
e da empresa por a ter contratado. Dar uma boa impressão é meio caminho andado
para um negócio garantido. Você poderia, como eu disse anteriormente, usar as
armas que tem.
—
Eu não acredito nisto. Está dizendo que ela os seduz para que os convença mais
facilmente a aceitar a colaboração?
—
Não é proposital Demetria. É algo natural dela. Ninguém lhe pede para andar com
decotes exagerados pelos corredores das salas de reuniões. Ela faz porque gosta
de ser o centro das atenções no meio masculino.
—
Mas eu não gosto de chamar a atenção.
—
Mas precisa. Como presidente desta empresa e como mulher que é.
—
Ashley tem um corpo bonito e notável pelas roupas justas que usa. Eu visto o
contrário dela, como sabe se eu sou capaz de ser como ela? Ou se quero ser como
ela? — Perguntou e arrependeu-se amargamente quando viu Joseph aproximar-se da
cadeira onde estava sentada. Não acreditava que tinha entrado naquela conversa,
mas o que Joseph dissera fazia sentido, os colaboradores davam importância a
uma mulher que chamasse a atenção. Infelizmente.
Demetria
sentiu respiração quente no seu pescoço e viu pelo canto do olho, os olhos
castanho mel de Joseph.
—
Toda a mulher é bonita e deve sentir-se bonita. Você aparenta ser uma mulher
que nunca foi tocada por um homem. Mas acrescento já que se foi, não foi com o
devido valor. Valorize-se Demetria. Mostre quem pode ser. Mostre que pode ter
poder e comandará esta empresa com a maior facilidade do mundo. — Sussurrou bem
perto de seu ouvido. Demetria sentiu-se arrepiar. — Boa noite Demetria.
E
com isto, saiu do escritório deixando-a confusa e pensativa.
Mansão
Jonas, Dallas, TX
Joseph
acabara de chegar a casa e estranhou o fato de esta estar tão silenciosa. Subiu
até ao seu quarto e pousou suas coisas perto da cama. Tirou sua roupa no quarto
e caminhou até ao chuveiro do banheiro querendo apenas relaxar depois do dia
que tivera. Sabia que ainda trabalharia mais em seu escritório, mas sabia
também que lá não teria qualquer perturbação.
Quando
terminou, vestiu uma roupa confortável e caminhou até ao andar de baixo. Eram
quase sete da noite e ele queria jantar mais cedo naquele dia. Foi até à
cozinha e encontrou Maria cozinhando.
—
Vejo que chegou cedo hoje. — Comentou a empregada depois de o olhar.
—
Foi
um dia cheio, mas não foi necessário ficar até muito tarde.
—
Sempre é. — Murmurou Maria cortando os ingredientes.
—
O que disse? — Perguntou Joseph.
—
Sabe que dia é hoje Joseph? Sabe qual é a importância dele?
—
Hoje é um dia como outro qualquer.
—
Realmente tem razão. Hoje é apenas mais um dia em que Beth tenta chamar sua
atenção.
Joseph
sabia do que ela falava, mas não podia. Era doloroso. Passou as mãos
nervosamente pelos cabelos e suspirou.
—
Maria você sabe que…
—
Não é desculpa Joseph. — Interrompeu. — Ela depende de você. Coloque isso na
sua cabeça.
—
O que você quer que eu faça? — Perguntou exasperado.
—
Vá vê-la, fale com ela, brinque com ela, veja-a crescer e orgulhe-se dela.
Lembra daquela noite em que fui até ao seu escritório para que assinasse
aqueles papéis? — Sua voz calma contrastava com as palavras que dizia.
—
Lembro sim. Eram de um concurso de soletração. Fiquei orgulhoso por ela ter
sido selecionada. — Sorriu.
—
Esse concurso foi hoje. — Falou acusadoramente. — Você não foi. Nem sequer
lembrou. Desejou-lhe boa sorte mesmo não podendo ir?
Joseph
não respondeu. Sabia que estava errado e agora não sabia o que fazer para
concertar.
—
Como foi? — Murmurou.
—
Já foi ao seu escritório hoje? Ela deixou o resultado lá pra que você visse.
Joseph
negou e encaminhou-se à saída para ir até seu escritório. Foi impedido antes
que o fizesse.
—
Beth não quer descer para comer. Diz que está cansada e só quer dormir. Faça o
que tem que fazer.
Joseph
estava agora sentado em sua cadeira confortável com um prémio em forma de ABC
de primeiro lugar de um concurso de soletração. Chorava que nem um bebe e
queria ter raiva dele mesmo por deixar essa fraqueza à vista de quem quer que
fosse. O pequeno bilhete que acompanhava o prémio dizia:
Dedico este prémio para:
O papai. Te amo.
- Elizabeth Jonas.
Claramente
a letra não era de sua pequena, mas a mensagem mostrara claramente que tinha
sido ela quem o dissera. Isso fazia com que Joseph se sentisse o homem mais
orgulhoso do mundo ao mesmo tempo que o fazia sentir-se um lixo.
Sem
pensar duas vezes limpou as lágrimas e sem largar o prémio, caminhou para fora
do escritório. Deu duas batidas na porta e ouviu uma voz frágil de criança
dizendo para que entrasse. Entrou lentamente e surpreendeu-se ao perceber o
tempo que não entrava ali. Tinha saudades.
Viu
a prateleira cheia de bonecas de colecção e viu o grande urso que tinha comprado
fazia dois anos junto à cama. A pequena de olhos castanho mel e de cabelos
compridos, ondulados e negros, estava deitada na cama. O quarto estava escuro e
a única luz que permitia Joseph ver alguma coisa, era a luz do abajur na mesa
de cabeceira perto da cama.
Aproximou-se
e pousou o prémio em cima da mesinha enquanto se sentava na beirada da cama.
Elizabeth estava de pijama e banho tomado e estava claramente cansada e
assustada.
—
Me desculpa ter entrado no seu escritório. — Disse apressadamente. — Eu sei que
o senhor não gosta mas…
—
Shhh, tudo bem meu anjo. — Acariciou os cabelos macios e sentiu que ela se
encolhera um pouco. — Está com medo de mim? — A possibilidade aterrorizava-o.
Ele causara isso.
—
Não. Só estou com frio. — Respondeu sorrindo fraco. Joseph sorriu para ela e
recebeu um grande sorriso em resposta.
—
Porque colocou o seu prémio em minha mesa Elizabeth? — Perguntou baixinho.
Dentro daquelas quatro paredes não existia o Joseph poderoso ou o magnata. Era
apenas o Joseph pai.
—
Porque eu queria dar a você, queria que você soubesse e que se orgulhasse de
mim. — Joseph fechou os olhos e sorriu. Era o pior pai do mundo e mesmo assim
recebia o carinho da filha. Abriu os braços e Elizabeth aconchegou-se
imediatamente em seu colo com os pequenos braços em volta de sua cintura. — Eu
senti sua falta. — Sussurrou com a cabeça pousada no peito de Joseph.
—
Eu sei meu amor, eu sei. — Ficaram vários minutos abraçados, com Joseph
acariciando os cabelos de sua pequena e se lembrando de cada momento que tivera
com ela. Mesmo não sendo muitos. — Estou orgulhoso de você, princesa.
—
Sério? — Perguntou a pequena levantando a cabeça e mostrando os olhos brilhando
de felicidade. Joseph assentiu.
—
Tenho a certeza de que mereceu aquele prémio melhor que ninguém. Você tem um
nome de rainha. Nasceu para brilhar Elizabeth. Nunca deixe que lhe tirem aquilo
que mais ama, entendeu? — Perguntou ternamente acariciando o rosto da filha.
—
Entendi. Por isso que nunca vou deixar que tirem você de mim. Eu te amo papai.
— Disse voltando a enroscar-se no peito de Joseph.
—
Papai também te ama Beth. — Sussurrou olhando a noite pela janela.
flavinha, como prometido >https://www.google.com.br/search?q=brigadeiro&biw=1242&bih=606&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=TuHAVNSHDcingwSOyoOwBA&ved=0CAYQ_AUoAQ
ResponderEliminartera que se contentar com esses pois mora muito longe pra que eu te de os reais.
ja falei que amo essa fic? esta no mesmo nivel de Fiz sexo com uma nerd.. que alias ta salvo bonitinho comigo
postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa